A ilustradora Camila Queiroz está na divina entrevista!

Uma divina artista de jogos de tabuleiro, jogos eletrônicos e também jogos para dispositivos móveis. Já trabalhou jogo lançado no Brasil e é carioca, mas mora hoje nas frias terras ao norte do continente Americano. Além de profissional de alto garbo, também é parceira deste pequeno blog sobre jogos de tabuleiro. Quem é…

…a Camila Queiroz?
Me formei em Design na PUC-rio e comecei trabalhando Arte para jogos mobile de marcas como Globo e Pepsi desde cedo. Depois de um tempo trabalhando em estúdios, decidi explorar uma área diferente com design e ilustração para uma empresa de educação, fazendo freelas para livros didáticos e jogos aqui e ali. No meio dessa jornada percebi que jogos são uma parte grande do que sou e atualmente trabalho (e moro) no Canadá para um MMORPG que ensina matemática para crianças chamado Prodigy, junto de alguns freelas e projetos próprios. Também produzi as ilustrações para a versão brasileira de Loot, junto com a Geeks n’ Orcs e publiquei meu primeiro jogo autoral, Brewitched, junto do JG Guimarães e da Grok Games.

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Foto: Arquivo pessoal

Qual sua relação com os jogos?
Jogo videogame desde pequena e entrei no hobby dos jogos de mesa durante a faculdade. Confesso que tinha um certo preconceito em relação a trabalhar com jogos, apesar disso. Mas desde que peguei o primeiro trabalho foi difícil sair desse mundo! Acabei gostando muito de estar ligada a produtos que trazem alegria e novos desafios para as pessoas.

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Imagem: Kami Queiroz

Você morava no Brasil e hoje mora no Canadá. A relação com o jogos e com o mercado de arte mudou? Se sim, como?
Vir para o Canadá ajudou a abrir os olhos em relação à indústria. Eu tinha uma visão de que aqui (Canadá) todo mundo seria mais especializado por conta do mercado mais aquecido. O que acontece é que o hobby se popularizou mais cedo por conta do clima frio e a produção de jogos é muito incentivada aqui. Existe muito público e incentivo do governo. Economicamente, me sinto mais valorizada como ilustradora aqui, mas eu vejo o mercado brasileiro ganhando voz e é isso que faltava na minha opinião. Muitos jogos brasileiros são famosos aqui fora, por conta de sua originalidade (Sheriff of Notingham, por exemplo). Nós não deixamos a desejar nem um pouco, se comparado aos profissionais de arte e desenvolvimento de jogos que eu conheço daqui.

Qual foi o primeiro jogo de tabuleiro moderno que você jogou? Ainda tem esse jogo na coleção?
Foram três: Once Upon a Time, Bang e Gloom. Acabamos passando os jogos adiante quando viemos, mas não demoramos pra arrumar outro Bang Dice.

Em se tratando de jogos, possui algum brasileiro favorito?
Dois: Quartz e gostei muito do Por Favor Não corte minha cabeça!

Quais são as principais inspirações para fazer as lindas artes dos jogos que você já participou como artista?
Procuro misturar várias coisas que gosto em minha arte. Eu gosto muito de ilustração de livros infantis com a estética cheia de texturas e me inspiro muito em artistas que juntam cultura pop com isso: Nicolas Marlet, Di Terlizzi, Brett Bean, etc. Os jogos Dixit e Root também são uma inspiração imensa, mas gosto de misturar  monstros engraçados que vejo em cartoons e puppets.

E os novos jogos que você vai desenhar… Pode contar um spoilerzinho?
Em primeira mão! (risos) Estou trabalhando num jogo do Sanderson Virgolino com a Editora New Order chamado Meeple Up, um jogo cheio de homenagens ao jogos de tabuleiro! O jogo ganhou um concurso de protótipos do Diversão Offline e está para sair em financiamento coletivo ainda.

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Cartas do futuro jogo Meeple Up. Imagem: Kami Queiroz

Seus novos projetos autorais, já estão encaminhados? Pode escrever sobre algum?
Eu e o JG estamos trabalhando num novo jogo de tabuleiro chamado Omega Robotto. Um jogo de comunicação e colaboração em que os jogadores controlam juntos um Robô gigante. O jogo está bem bacana e sendo testado em eventos de protótipos online no Brasil como o ProtoBR e com alguns game designers de Toronto! Também está no Tabletopia e estamos sempre procurando pessoas para testar. Se algum leitor ou leitora do blog quiserem ver uma palhinha da arte e caso se interessem, podem entrar em contato pelo Instagram por favor!

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Imagem: Kami Queiroz

Por fim, uma dica para quem quer continuar na carreira de artista, dentro ou fora do mercado de jogos!
Quando eu comecei minha carreira ouvia muita gente falando que pra trabalhar como artista você precisa desenhar mais de 8 horas diárias, perder os fins de semana estudando ao invés de ir pra festa com os amigos. Daí eu aprendi da pior forma possível que não era bem assim e que meu horário para praticar era limitado, pois trabalhava para pagar minha dívida da faculdade, me culpava por não ter tempo e prejudiquei minha saúde, assim como muitos colegas que também começaram na carreira ouvindo isso o fizeram.

Existe público para todos os níveis de artistas, o que importa é que você continue produzindo sua arte em um nível constante: uma hora por dia, um desenho por mês, o que se adequar melhor a sua rotina de uma forma que você não pire!

Dedicar algum tempo para aprender fundamentos do desenho e se atualizar ao longo da sua vida é muito importante para avançar a sua técnica, porém o mais importante é que você se divirta e vá com calma para não ter um verdadeiro burnout.

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Preparação de Meeple UP. Imagem: Kami Queiroz

Para contatos profissionais com Camila ou Kami Queiroz basta visitar o seu site profissional onde também está lá seu portfólio!