O doutor Vince Vader dá dicas divinas sobre mercado e jogos analógicos

Temos um doutor, mestre e criador de jogos há anos na entrevista divina! Um designer que se encontra no mercado desde 2009 e que com toda certeza você conhece alguma coisa criada por ele, apesar de não saber que foi exatamente criada por ele.

Aqui está um pouco mais sobre o doutor Vicente Marin!

Quem o Vicente Martin ou Vince Vader?
Eu sou brasileiro, nascido em Catanduva (SP), 44 anos. Sou game designer há bastante tempo, onde comecei trabalhando com jogos com advergames (jogos para publicidade), pois a minha formação é em publicidade. Hoje também sou professor, dou aula sobre jogos digitais na PUC-SP, também sou professor de game design na ESPM. Costumo brincar que eu dedico minha vida profissional e pessoal aos jogos!

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Toda sua formação acadêmica é voltada para jogos digitais. Como começou com os jogos de mesa?
Na verdade como eu sou formado em publicidade e tenho mestrado e doutorado na área de comunicação e consumo, logo eu sempre pesquisei sobre entretenimento como maneira de fazer negócios, como estratégia de comunicação e marketing, e meu pós-doutorado foi em advergames, então eu tenho uma série de trabalhos voltados para essa área. Comecei com os jogos de mesa desde criança, sempre gostei muito.

Em 2009, junto com a Copag, eu lancei o meu primeiro jogo de cartas, o “Hannah Montana Dupla Identidade” e depois lancei jogos com a Grow e editoras independentes. Além desses tenho a edição especial de 50 anos do War, Jogo da Rima, Batalha das gerações e o Master entretenimento, etc.

Você já criou muita coisa por aqui. Dos seus jogos lançados, você possui algum na coleção?
Entre jogos de campanha, para Grow, videogames e celular eu fiz mais de 40 títulos. Ainda tenho todos eles guardados como portifólio! Desses todos, os que eu mais gosto “de longe” são o War Vikings (onde tive muita liberdade para criar) e um jogo chamado R.E.M. (Rapid Eye Movement) que eu fiz junto com um amigo meu para PC.

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Você considera importante jogar mesmo já sendo formado e trabalhando na área por tanto tempo? Por que?
Com certeza! Isso é repertório e não se pode deixar de aumentar o repertório, sempre. Jogar é sempre bom, frequentar eventos também, conhecer gente nova, jogar com gente nova, isso tudo aumenta repertório e leva a criar melhores trabalhos.

O Brasil possui boa formação acadêmica na área digital, em se tratando de game design? E para jogos de mesa?
Aqui eu vou acabar fazendo um “merchan”. Eu dou aula na PUC-SP no curso de Jogos digitais e esse é um curso super completo: te ensina desde jogos de tabuleiro até fazer jogo de videogame.

Quais foram os principais clientes na sua carreira, tanto nos jogos digitais quantos nos jogos de mesa?
Eu já fiz jogos para grande marcas, o que se chama de “advergame” no geral. Já criei produtos para a Vivo, McDonalds, Ford e grupo Pão de Açúcar. Jogos de mesa eu já fiz para a Grow e Copag. No celular já fiz para Fanatee e Sioux.

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Uma curiosidade: como doutor na área, o que acha do termo “jogos analógicos”?
Eu acho bom! Eu acho que responde bem “o que é um jogo de tabuleiro?”. Ás vezes os jogadores falam coisas como “é um jogo de tabuleiro, mas não tem carta” ou então “é um jogo de cartas, mas não tem tabuleiro”: Ok, então esse é um jogo analógico! Ele usa componentes não digitais ali. Nesse sentido, em inglês existe um termo que é muito melhor, o “tabletop game”, ou seja, o jogo que é jogado “em cima da mesa”.

Qual sua opinião sobre o nosso mercado de jogos de mesa, no geral?
Cara… Tá muito indo muito bem. O Diversão Offline mostrou nessa edição o potencial do mercado brasileiro, o quanto que as pessoas estão se interessando por essa área, então eu acho que tem potencial muito legal como hobby e para quem quer desenvolver jogos.

Por fim, por favor, uma dica para quem quer seguir trabalhando com jogos de mesa ou jogos digitais neste divino país!
Jogue muita coisa! Aumente muito o seu repertório, faça um portifólio e tenha sempre muitos protótipos para mostrar para as pessoas. Nunca pare de produzir e nunca pare de testar as suas ideias!

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Agradecimentos divinos a Vince Vader pela entrevista!