De casa para o mercado de jogos: Conheça Alexander Francisco

Começa hoje, final de junho, uma nova coluna mensal no blog divino: a Divina entrevista! Uma coluna onde criadores de jogos, artistas, profissionais e empresas podem tratar rapidamente de suas trajetórias no mercado brasileiro de jogos de tabuleiro, além de profissionais de fora do Brasil, sempre que possível!

O primeiro entrevistado é Alexander Francisco, um board game designer carioca que em pouco tempo no mercado já alcançou uma jornada diversificada com contratos diversos e até mesmos jogos em formato “print-and-play”!

Quem é o Alexander Francisco?

Alexander é um designer gráfico por formação e professor universitário de design, mestre na área de Educação e tecnologia. Atualmente, também é desenvolvedor de jogos de mesa e membro da Casa do Goblin, além de participante da iniciativa Oficina do Playtest RJ.

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Foto: Arquivo pessoal

Sua formação ou profissão foi essencial para criar seus jogos?

Sim, totalmente! Foi como designer gráfico que consegui ter uma boa visão de desenvolvimento de projetos, realização de prototipação, desenvolvimento de iconografias, diagramação, além de conhecimentos técnicos sobre produção gráfica e impressão.

Qual foi o primeiro jogo de tabuleiro, clássico ou moderno, jogado por você? Você tem uma cópia do jogo na sua coleção hoje?

Foi o War 1. Sim, tenho até hoje!

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Teste de Deusastrados. Foto: Arquivo pessoal

Como começou a jornada de ser um criador de jogos de tabuleiro ou board game designer?

Desde criança eu desenvolvia jogos de tabuleiro para jogar com meus primos e família, além de jogar os clássicos da época. Por volta de 2012 comecei com um projeto de criação de jogos de mesa indie e artesanais, e vendi quase 20 unidades de 2 jogos: O Micowar e o Rockor. Porém em 2017 eu comecei nos jogos de mesa modernos e lancei o Rasher pela
Game Maker, no sistema on demand (sob demanda).

Até hoje, junho de 2020, quantos jogos foram oficialmente lançados?

Já lançados foram dois: Deusastrados pela TGM Editora… Posso considerar o Rasher, mesmo sendo “on demand” da Game Maker? Vendeu bem e foi exibido no último Diversão Offline RJ. Assinado com editoras, tenho mais dois para saírem o mais breve possível, sendo um deles o Kardnarok pela On the table jogos (vide foto).

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Rasher sendo apresentado no Diversão Offline RJ. Foto: Arquivo pessoal

De onde surgiu a ideia de fazer um jogo no formato “imprima e jogue” (pnp)?

Já fiz dois jogos neste estilo. O primeiro deles, Kontaê! Heroínas negras brasileiras, foi objeto de minha dissertação de Mestrado sobre educação e serve para ser usado nas salas de aula, além de cumprir seu papel de dar visibilidade à causa dos negros do país. Decidi então que o modelo “imprima e jogue” seria o mais indicado e útil para professores do ensino médio. O segundo foi o KERAKATU que é um jogo cooperativo sobre cultura indígena que eu fiz para um concurso do EDIJ (Encontro de Desenvolvedores de Jogos de Mesa do Rio de Janeiro) e também para ajudar às famílias a passarem pelos desafios da pandemia.

Quais iniciativas ou ferramentas tem mais ajudado a desenvolver seus jogos durante a pandemia de coronavírus?

Além dos softwares de editoração de imagens digitais, onde se destacam o Adobe Illustrator e o Photoshop, tenho usado muito a plataforma do Tabletopia para realizar testes específicos dos protótipos.

Por favor, deixe uma mensagem com dicas para quem quer seguir na carreira do mercado de jogos de tabuleiro?

Jogue muitos jogos, leia muito sobre o hobby, assista a gameplays, estude resenhas, frequente eventos da área e, sobretudo, prontifique-se a desenvolver jogos desde que saiba ouvir opiniões diversas, tenha disposição para promover as melhorias necessárias e persistência para vencer o desafio com muita vontade de ver seu projeto nas mesas! É preciso “sentir” o mercado que é “nicho dentro do nicho” e investir nas ideias, sem deixar de ter um bom relacionamento com as pessoas, os jogadores e outros desenvolvedores, pois você precisa entender que cria jogos para diverti-los. Considero que essa postura já ajude bastante a começar, pois depois, como consequência, podem surgir assinaturas com editoras para  publicar seu jogo. Tudo ao seu tempo com força!

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Seu último jogo lançado, Deusastrados, pela TGM editora. Foto: Arquivo pessoal

Gostou? Se você quer participar de uma entrevista dessas aqui no blog, entre em contato através do formulário ou pelo email contato@meepledivino.blog.br.