Depois de entrevistar alguns profissionais do mercado como criadores de jogos e artistas, finalmente o blog Meeple Divino tem a alegria de poder entrevista uma editora parceira! Trata-se da editora mineira Calamity Games fundada em 2018 pela Paula Gomes, diretora da empresa e a entrevistada divina de fevereiro!
Como toda entrevista no blog, vamos começar com o básico: Quem é a Paula da Calamity Games?
Oi, meu nome é Paula Soares Faria e sou a CEO da Calamity Games. Bom, vou começar pelo básico: sou formada em Letras pela UFMG e pós-graduada em Literatura Inglesa. Minha tese de mestrado foi sobre os livros da série Harry Potter, acho que daí já dá para tirar uma ideia de como sou. Gosto de magia, fantasia, coisas nerds em geral e aprendi que qualquer coisa, por mais trivial que seja, pode ser um objeto de estudo sério. E Harry Potter me ensinou que suas escolhas fazem quem você é.
E como surgiu a ideia de criar uma editora de jogos de tabuleiro no Brasil?
Acho que foi da maneira mais natural possível. Jogando com amigos em casa e em luderias. Uma luderia tinha acabado de abrir aqui em Belo Horizonte e uma amiga do grupo sugeriu que devíamos investir nessa ideia de jogos. Achei aquilo interessante e fomos desenvolvendo a ideia. Chegamos à conclusão que o melhor a fazer na área seria uma editora e seguimos com a ideia. No início essa amiga entrou de sócia comigo, mas as circunstâncias mudaram e ela teve que sair.
No ano de 2020 a Calamity sofreu algumas mudanças no quadro societário e também com parcerias com editoras internacionais. Quais tem sido os novos rumos da empresa após essas mudanças?
Bom, para quem ainda não sabe, a Calamity tinha um acordo com a Queen Games que foi cancelado por eles. A Queen Games tem o foco em jogos família, mas são jogos com o preço um pouco elevado. Queremos manter a ideia dos jogos família e adicionar alguns party games, mas dar preferência a jogos um pouco mais baratos para dar variedade ao catálogo. Nosso último lançamento, o Gloom, já está dentro desses parâmetros. É jogo de um humor um pouco mais picante, então a indicação não é para crianças tão pequenas.
Também estamos negociando parcerias com outras editoras internacionais e designers. Temos títulos promissores.
Jogos nacionais: Existem planos para publicação de algum? Se sim, pode dar uma prévia?
Estamos desenvolvendo uma parceria com um designer nacional já conhecido pelo meio. Estou trabalhando com ele no momento no desenvolvimento do manual. A arte e a mecânica estão basicamente prontas. Não vou divulgar o nome porque não assinamos um contrato ainda (apesar de já estarmos trabalhando juntos) e porque não pedi autorização a ele para divulgação. Vou dizer só que o tema é mitologia grega e o jogo se passa em uma ilha por lá. O tabuleiro é modular e tem dois modos de jogo completamente diferentes.
Com a pandemia de COVID-19, quais as ações que a Calamity tem realizado para interagir com seu público?
Nossa primeira ação com o surgimento da pandemia foi abaixar os preços. Assim pretendíamos ajudar o lojista a vender mais e ter mais giro, a própria Calamity a manter um giro alto também e o cliente a ter um novo entretenimento para ficar em casa.
Com o passar do tempo , vimos que as coisas não iam melhorar tão cedo. Estamos tentando manter a interação nas redes sociais, fazendo lives e lives conjuntas com nossos parceiros. Mais no início fizemos um torneio virtual com o pessoal d’A Tenda com Jogos. Estamos fazendo concursos culturais nas redes sociais e tentando manter a interação nos posts e etc.
É complicado, porque nem todos os jogos têm versões digitais para podermos engajar o público de maneira virtual. Alguns têm, mas são pagas e outros não ficam bons virtualmente, que é o caso do Gloom, onde a interação entre os jogadores e as histórias são o que faz o jogo ficar bom. É pra gente ver mais uma vez que nada substitui a interação entre pessoas.
Agradecimentos a parceira Paula da editora Calamity!
