O Capturador e a Divina entrevista!

Na entrevista do mês de maio, que saiu um dia atrasada por conta de chuvas e queda de serviços aqui no escritório divino, está uma editora nova, que chegou meio tímida, mas vem conquista seu espaço gradualmente.

Originalmente começando com uma loja de venda de artigos importados, hoje a estrutura da empresa O Capturador é voltada para jogos de cartas e de tabuleiros, ainda com diversos planos para o futuro.

Conheça mais sobre essa nova editora carioca na Divina entrevista!

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Quem é a editora O Capturador e como tudo começou?
A editora na realidade é apenas uma única pessoa, ou seja, esse que vos escreve, Eduardo, que no final acaba sendo quem faz todas as funções desde negociar com o pessoal as licenças, fazer a parte burocrática, cuidar do site, etc. Lógico que seria bom ter muitas pessoas fazendo várias dessas partes, mas no momento não tenho como ter essa estrutura.

A editora a princípio não começou como uma editora propriamente falando, eu comecei com um comércio de estatuetas de resina importadas, mas com o tempo a cotação da moeda começou a deixar parte do material com custo proibitivo e o outro fornecedor fechou as portas depois de 38 anos no mercado. Então já estava vendo para mudar de foco e uma vez que a estrutura já existia, era aproveitar a mesma e ver o que poderia ser reutilizado. Assim surgiu a ideia de partir para esse lado! Inicialmente havia o pensamento de fazer RPGs, mas nos jogos de cartas e tabuleiros existem uma possibilidade mais vasta comercialmente.

De onde surgiu a ideia de trazer jogos asiáticos e com traçados de
anime, tão incomuns no Brasil?
Quando estava procurando licenças entre os jogos que pareciam interessantes e que são jogos bons, vi que o mercado japonês tem muita coisa lançada e que não tinha muita representatividade por aqui, então achei que seria bacana trazer esse material. Nem todos os jogos que licenciei são asiáticos, mas como os que são possuem esse visual, então
ficou quase caracterizado que os jogos são assim.

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Eduardo e seus jogos

Existem planos de licenciar jogos de grandes designers asiáticos
como Seiji Kanai (Love Letter), Masao Suganuma (Machi Koro), Susumu
Kawasaki (Traders of Osaka), Hisashi Hayashi (Yokohama) e outros?
Não é por falta de vontade, mas há uma certa dificuldade de se licenciar determinados jogos se os mesmos já tiverem sido licenciados anteriormente nos Estados Unidos, porque os norte americanos amarram muito os contratos que eles fazem com os asiáticos ficando com a posse dos jogos e, com isso, fazem as licenças ficarem muito caras ou bloqueadas. Já procurei alguns jogos, que serão prioridade no futuro, de alguns desses designers.

Como foi a recepção do público quanto aos temas dos jogos que
são publicados por você?
A recepção foi um pouco fria, como já esperava, pois os jogos de tabuleiro fora de hype não chamam tanto a atenção. O fato é que existem alguns jogadores que realmente não  gostam do visual de anime, logo rejeitam prontamente os jogos por não estarem dentro de
sua preferência, o que é compreensível. Já os outros títulos como são mais desconhecidos, eles ficam de fora da prioridade da pessoa.

O que se percebe é que os jogos agradam aqueles que dão a chance aos mesmos, obviamente dadas as questões de preferência, porque se alguém prefere um jogo mais temático ou mais focado nos mecanismos haverá uma aproximação a um jogo e a outro, não. Mas eu já esperava isso, a resistência vai ter um longo caminho para ser quebrada. Só espero que não demore tanto!

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Nem todos os jogos da editora possuem tema asiático

O foco da editora é somente trazer jogo licenciados? Algum plano para publicar
algum jogo de um criador brasileiro?
Sim, mas não fechei a possibilidade para a publicação de autores brasileiros. A questão é que há algumas licenças ainda a serem publicadas e não tenho como encaixar outra publicação no meio agora, devido a ordem dos períodos dos contratos, por isso não tenho como manter uma certeza de publicação junto aos designers. Porém eu gostaria de tentar publicar algum jogo de algum designer brasileiro o mais breve possível.

Como a empresa tem lidado com a pandemia em relação a vendas e
lançamentos?
Por uma questão de uma estranha coincidência, mal estreei e a pandemia já veio! Então praticamente tudo foi online, tanto as vendas quanto aos lançamentos. Isso foi meio complicado em termos de divulgação porque fiquei com a impossibilidade de mostrar os jogos em eventos que já estavam previstos de acontecer, mas que foram adiados devido a
toda a atual a situação.

Você possui planos de publicar RPGs, livros-jogos ou outros tipos de
jogos de mesa que não sejam somente os tabuleiros?
A ideia não está completamente descartada, no momento está mais fácil conseguir as licenças dos jogos de cartas e tabuleiros. Aos poucos estou tentando ver se publico algo nesse gênero (outros tipos de jogos de mesa). Como mencionei anteriormente, a ideia original era ir para esse lado, então não estou completamente fechado a ideia.

Para saber mais sobre a editora acompanhe seus perfis no Facebook, Twitter e Instagram. Agradecimentos especiais para a editora O Capturador por ter participado da divina entrevista!