Viscondes do Reino Ocidental coloca cada jogador para trabalhar muito

Viscondes do Reino Ocidental é o último jogo da trilogia West Kingdom criada em 2020 por Shem Phillips (Noctiluca, Invasores do Mar do Norte) e por S. J. Macdonald. Todo reinado passa por três estágios: o crescimento, o enfrentamento e a inevitável queda… Viscondes retrata a parte final deste reino! O jogo conta com as artes de Mihajlo Dimitrievski (Viral, Claim).

Agradecimentos divinos à editora Mosaico Jogos pelo envio do jogo e por trazer a trilogia ao Brasil!

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Mecânicas
– Colecionar componentes
– Construção de baralho/peças
– Jogadores com diferentes habilidades
– Tabuleiro modular

Em Viscondes do Reino Ocidental cada jogador(a) assume o papel de um Visconde (título de nobreza imediatamente inferior ao de conde e superior ao de barão) que viaja pelo reino a fim de realizar diversas tarefas como construir novos edifícios para o Rei, pagar débitos, traduzir manuscritos e, acima de tudo, trabalhar para aumentar sua influência pelo reino. Para tal cada um começa com um baralho relativamente simples que inclui um líder e um conjunto de trabalhadores e cidadãos.

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Visão geral dos componentes

Cada jogador(a) possui um tabuleiro próprio (um pouco diferente entre si) que pode equipar até três cartas. Em cada turno essas cartas começam a ser movimentadas e descartadas, enquanto, durante seu uso ativo, permitem realizar ações, utilizar bônus diversos e até habilidades para complementar as ações no tabuleiro.

Se tratando de ações, as cartas são apenas o começo! Depois da gestão delas você move seu Visconde pelo reino para realizar a ação primária: ganhar recursos ou pontos de vitória! Talvez recrutar novos trabalhadores, resolver problemas ou ainda alterar as cartas em jogo. Entretanto, um pouco de cuidado é recomendado por conta da corrupção que pode forçar o jogo a terminar mais rapidamente.

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Detalhe do tabuleiro

O objetivo do jogo é fazer a maior quantidade de pontos ao final da partida, como parte dos jogos de Shem Phillips. Os pontos são dados através de construções, pagamento de débitos, manuscritos e trabalho no castelo. A partida acaba quando algum jogador revela a carta da pobreza (que dá pontos por dívidas pagas) ou a carta da riqueza (que dá pontos por escrituras adquiridas). Também é possível que, durante a rodada final, ambas sejam reveladas!

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Exemplo de partida

Considerações divinas
A saga começou nos Arquitetos, continuou com qualidade em Paladinos e agora finaliza em Viscondes. Tudo isso para tratar apenas de um assunto em comum: Os francos, povo que formava uma das tribos germânicas que adentraram o espaço do Império Romano a partir da Frísia como federados e estabeleceram um reino duradouro na área que cobre a maior parte da França dos dias de hoje.

O que começou inspirado no início da vida de um povo histórico, termina agora retratando seu declínio, por volta de 980 aC. A paz pode vir a reinar agora, mas é algo custoso e pode gerar pobreza.  Escrituras podem ser adquiridas para fazer o reino prosperar através dos esforços dos seus viscondes, mas isso pode gerar corrupção. Tema presente a todo momento envolvendo as decisões de todos à mesa.

Diferente dos antecessores, Visconde traz à mesa um componente 3D que remete a ocupação e trabalho no castelo, assim como um baralho que trabalha junto com um rondel de ações que podem inclusive serem incrementadas com recursos, iconografias e moedas. Além de tudo que é possível ser feito em termos de ações, os detalhes do jogo para melhorar o turno do(a) jogador(a) aumentam muito o sentimento de que, enquanto se tem muito o que fazer, a partida flui com facilidade.

Após a primeira partida completa já é possível aprender a mecânica com facilidade e dominar algumas estratégias de vitória que podem ser rapidamente impedidas por oponentes em diversos momentos. No entanto, após algumas partidas, Viscondes brilha com uma mistura de pequenas mecânicas em jogo que parece menor e mais focado que Paladins, ao mesmo que deixa sua marca na trilogia. Em outras palavras, para quem já jogou toda a trilogia, Viscondes marca sua presença ao mesmo tempo que demonstra ser um jogo mais focado. Porém foco não é rapidez: partidas podem facilmente levar 2 horas dependendo dos jogadores à mesa.

Para dois jogadores existe alguma dificuldade na disputa e em atrapalhar a presença do oponente no castelo e o dinheiro se torna um fator primordial em focar nos aspectos do tabuleiro que permitem contornar a presença constante no castelo, manuscritos ou escrituras. Fora isso esta é uma trilogia que marca presença na coleção ainda com a possibilidade de jogar de forma cooperativa ou em campanha com a expansão A saga do tomo!

Pontos positivos
– Brilhante uso de temas e mecânicas
– Muito conteúdo e muito o que se fazer a cada turno
– Detalhado sem ser complexo
– Encerramento de trilogia de forma divertida e diferente

Pontos negativos
– Partidas podem facilmente demorar
– Impressiona a primeira vista, mas brilha somente depois d algumas partidas
– É mais divertido com 3 ou mais jogadores, apesar de funcionar com apenas dois