Hoje estréia uma parceria nova aqui no blog: o pessoal da Tabuleiros Educação Criativa! Um casal maravilhoso que se dedica a criação de jogos de tabuleiro independentes focados na educação como um todo.
Eles estarão por aqui em uma coluna própria falando sobre jogos de tabuleiro na educação com suas experiências em criação e ensino, mas antes disso vamos conhecer quem são Aruanan Barreto e a Gislaine Nunes, as mentes por trás da Tabuleiros!
Meeple Divino: Sejam bem vindos ao blog mais divino do universo dos jogos de tabuleiros! Para começar, falem um pouquinho de vocês e da relação com os jogos de tabuleiro.
Tabuleiros: Bom, a Tabuleiros é basicamente uma extensão da nossa casa! Três anos e meio atrás, em 2015, nós casamos, mudamos de cidade e deixamos para trás os amigos e atividades anteriores para começar algo novo. Nessa época ainda não conhecíamos os jogos de tabuleiro modernos, mas gostávamos de jogos tradicionais e do conceito de gamificação. Nós já aplicávamos o uso de jogos em trabalho com crianças e adolescentes da igreja onde frequentamos e também no treinamento de equipes de vendas e de desenvolvimento de liderança em clientes. Era algo natural tematizar e criar formas divertidas de ensinar qualquer coisa que precisássemos.
Meeple Divino: Mas e quando conheceram os jogos de tabuleiro? Deve ter sido uma divina explosão mental! Contem como aconteceu?
Tabuleiros: Com certeza! Nós estávamos criando jogos de treinamento e tentando fugir do que conhecíamos. Mas sempre que pesquisávamos algo eram dinâmicas e outras atividades corporativas, não como entretenimento. Fomos verificar se grandes empresas utilizavam jogos em seus treinamentos, ou mesmo como forma de marketing e encontramos nosso primeiro jogo “diferente”, o Transport, parceria entre a DHL e Estrela. Jogamos muito e foi bem legal ver jogo pouquinho mais complexo e com dinâmica diferente das habituais.
Um dia, por acaso, entramos em uma loja e lá estava ele, o clássico: CATAN! Era o descobrimento de um novo mundo! (risos)
Meeple Divino: Foi ai que entraram de vez para o hobby de tabuleiros em geral?
Tabuleiros: Sim! Isso foi com cerca de três meses de casados. Já tínhamos encontrado muita coisa na internet, visto vídeos e estávamos encantados com a diversidade dos jogos e mecânicas. Aí viajamos para Florianópolis e encontramos uma loja de jogos de tabuleiros modernos, a Dragons House. Lá o Namir, dono da loja, deu uma verdadeira aula para gente. Falamos que usávamos jogos em treinamentos de equipes e que queria aperfeiçoar esse uso. Saímos de lá com o Pandemic e FlashPoint.
Meeple Divino: Nessa época não havia a Tabuleiros: Educação Criativa ainda?
Tabuleiros: Não, era tudo “protótipo”! Achávamos que o treinamento corporativo seria o caminho da empresa. Isso e os advergames (jogos com intuito de divulgar marcas e produtos). Criamos jogos para divulgar uma radio local, empresa de turismo. Jogo para simular contratação de equipes de vendas e assim por diante.
Meeple Divino: E os jogos para educação convencional, como surgiram?
Tabuleiros: Um dia uma colega, acadêmica de psicologia, precisou de um jogo para apresentar em sua graduação. Precisava ser uma forma diferente de ensinar sobre o sistema circulatório. Fizemos então nosso primeiro jogo de disciplina curricular, o Hemo-Game. Ele (o jogo) teve uma aceitação muito boa na faculdade. Isso nos expandiu a mente para duas possibilidades: O reforço de ensino de matérias escolares e o uso em clínicas de psicoterapia como reabilitação cognitiva. A partir daí, começamos a criar para diversas psicólogas utilizarem em seus consultórios! Em alguns casos como parceiros, em outros como “ghost writer”.
Meeple Divino: E hoje, como a empresa funciona?
Tabuleiros: Ainda criamos para terceiros e sob demanda, mas desde setembro de 2018 passamos a ser de fato uma empresa e a atuar com catálogo próprio. Ainda é uma atividade familiar. Somos só nós dois atuando, porém metade da equipe (Gislaine) está full time na empresa e a outra metade (Aruanan) ainda mantém um emprego formal. Ainda assim foi uma importante mudança criar um site empresarial, assumir os próprios jogos e começar a divulgar e fazer parcerias como essa com o blog da Meeple Divino.
Meeple Divino: Vida longa e próspera a essa nossa parceria! E quais são os próximos passos para a Tabuleiros e o que veremos aqui no blog?
Tabuleiros: Esse ano nós estamos expandindo em duas principais direções:
1 – As Embaixadas Tabuleiros: Parcerias com psicólogos e pedagogos para ter centros e profissionais de referência no uso de jogos terapêuticos e educativos espalhados pelo país. Nós ajudamos na capacitação desses profissionais e eles realizam a revenda dos jogos em suas localidades. É uma iniciativa legal porque aproxima as pessoas dos nossos jogos e ultrapassa a barreira geográfica. Sabemos que para expandir o conhecimento dos jogos é importante ter as demonstrações e aproximar público do produto. Em breve estaremos realizando workshops de criação de jogos nas embaixadas.
2 – O print and play: Nós criamos a Tabuleiros para, além de ensinar de forma divertida, integrar e aproximar famílias. Então ter a possibilidade de pais e filhos imprimirem para criar seus próprios jogos, atende a essa proposta. Essa é aliás a principal razão para serem jogos analógicos e não eletrônicos, as pessoas interagindo entre si e com os jogos. Queremos além de ensinar algum conceito contribuir para a criação de memórias. Nesse sentido, estamos com uma boa aceitação pela comunidade homeschooling, que utiliza nossos jogos durante a educação domiciliar de seus filhos.
Aqui no blog divino esperamos contribuir com a ponte entre o hobby e seu uso como ferramenta de ensino. Afinal, quando estamos engajados e nos divertindo, a chance de retermos a informação é muito maior! Mas nem sempre conseguimos transformar a diversão nesse conhecimento. Queremos trazer em nossa coluna um pouquinho dessa prática e também a fundamentação teórica para o uso dos jogos de forma criativa.
Meeple Divino: Muito obrigado por esse “resumão” de quem são e dos planos das Tabuleiros! Nos vemos na próxima coluna sobre jogos e educação!
Tabuleiros: Nós que agradecemos! No nosso próximo encontro vamos tentar responder a pergunta: Afinal, por que usar os jogos de tabuleiro com ferramenta de educação? Até lá!
