Resenha – HMS Dolores

“No final do jogo, você só marca os tipos de tesouro que você tem a mais e a menos do que os outros.” – Página do jogo no portal Ludopedia

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HMS Dolores é um jogo de Bruno Faidutti (Citadels) e Eric M. Lang (Blood Rage) lançado em 2016 pela editora Lui-même. O jogo conta com as artes de Vincent Dutrait (Pathfinder).

Mecânicas
– Pedra-papel-tesoura
– Seleção de ação simultânea

No jogo todos os jogadores são piratas que estão dividindo o tesouro de um navio afundado na costa. As cartas possuem certos valores e precisam ser organizadas por tipo para serem pontuadas. O objetivo de HMS Dolores é acumular cartas de tal forma a pontuar os conjuntos de maior e menor valor somente.

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Componentes

Durante a preparação do jogo é formado um baralho central com cartas de bens, que valem pontos de vitória, e com cartas de mensagens, que são cartas com habilidades para serem usadas durante a partida. O jogador da vez abre duas cartas para cada um (total de 4) e ambos decidem o que querem fazer com a sua única ação.

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Cartas de ações extras do jogo

As ações que podem ser realizadas são apenas três e todas devem ser feitas através de três sinais com as mãos: paz, guerra ou escolher primeiro. Depois de contar “1, 2, 3!” (ou cantarolar “Do-Lo-Res”) ambos os jogadores têm que revelar suas mãos e lidar com as consequências.

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Sinais de mãos usados no jogo. Imagem: BGG

A partir daí os gestos definem o que vai acontecer com os bens que foram abertos na mesa. Os bens podem ser divididos, podem pegos somente por um jogador parcial ou totalmente, ou por fim podem ser totalmente descartados. Ainda pode acontecer o evento de que além de perder os itens na mesa, os jogadores precisam pegar um dos seus conjuntos e descartar também.

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Tipos de tesouros

Para pontuar, as cartas são sempre organizadas por tipos de produtos que formam conjuntos. Ao fim da partida, todos pontuam somente os conjuntos com maior e menor valores. Em um exemplo, um jogador que terminaria uma partida com 2 cartas de vinhos, 3 cartas de ouro e 4 cartas de jóias só pontuaria os conjuntos de vinhos (menor conjunto) e de jóias (maior conjunto).

Considerações finais
O HMS Dolores é basicamente um jogo de fazer conjuntos de cartas com alto potencial de sacanear o amiguinho. Após as cartas serem abertas na mesa, o momento de atrapalhar o adversário chega: alguém pode tentar levar as cartas sozinho e deixar o outro sem nada, dando aquele espaço para uma pequena “vingança” na próxima rodada.

Considerando-se que as amizades não sejam desfeitas, o jogo ainda atrapalha os jogadores ao final da partida: pontua-se somente o conjunto de maior valor e do de menor valor. Se os conjuntos empatarem, todos os conjuntados empatados pontuam e se, por sorte, todos os conjuntos de um dos jogadores estiverem empatados, todos pontuam dobrado! Portanto, com tudo isto posto, todo cuidado é pouco no jogo, mesmo sendo um filler que é para divertir.

Existem cartas especiais que mudam as regras do jogo – as cartas de mensagens – e ainda assim o núcleo do jogo é abrir cartas, disputar cartas com gestos e tentar fazer a melhor pontuação possível. Ainda assim, com toda a simplicidade e pequenas formas de mitigar a sorte, este é um jogo que pode não agradar a todos.

A sorte está presente ao abrir as cartas para serem disputadas e a chance de literalmente sacanear o adversário é muito alta. Além disso, ao se jogar com 3 ou 4 jogadores a interação de abrir e disputar cartas é somente de 2 em 2 jogadores, ou seja, alguém fica de fora aguardando sua vez. Mesmo sendo um jogo rápido, isso certamente não agrada.

Pontos positivos
– Simples e rápido com uma mecânica de pedra-papel-tesoura
– Regras fáceis e objetivas
– Formas interessantes de mitigar a sorte
– Pontuação diferente

Pontos negativos
– Alta possibilidade de atrapalhar algum jogador
– Sorte constante
– Em jogos para 3 ou 4, a interação do jogo é somente com 2 jogadores