“A palavra “impossível” é uma expressão infeliz; nada se pode esperar daqueles que a usam frequentemente.” – Thomas Carlyle, escritor escocês
Swords and Bagpipes é o primeiro jogo da editora Mamute jogos, licenciado da russa Rightgames LLC. Originalmente foi lançado lá fora por Yan Egorov em 2014, também com a arte do mesmo, e aqui no Brasil chegou em 2017 pela Mamute Jogos. É com base na versão brasileira que esta resenha foi feita e todos os agradecimentos vão para a editora nacional!
Mecânicas
– Ação simultânea
– Gestão de mão
– Posicionamento secreto
Em Swords and Bagpipes (ou “Espadas e gaitas de fole” em tradução livre), cada jogador tem como objetivo ajudar a Escócia a vencer sua guerra de independência da Inglaterra. Porém muitas vezes os aristocratas escoceses preferem enriquecer ao invés de ajudar a nação e este é um dilema presente no jogo durante toda a partida.
A cada rodada os jogadores precisam decidir se vão apoiar a constante invasão inglesa ou se vão ajudar a resistência escocesa. Cada jogador(a) é um(a) líder de clãs escoceses e assim sendo tem o poder de contratar tropas, fazer dinheiro e enviar essas tropas para as batalhas. Porém antes de resolver os eventos que aparecem no jogo, cada jogador(a) precisa escolher secretamente um lado para apoiar e todos revelam ao mesmo tempo.
Após a revelação dos apoios de cada lado, soma-se as forças respectivas: os traidores se aliam à força do exército inglês (pré-determinado pelo jogo) e o fieis líderes escoceses somam suas forças entre si. O lado vencedor ganha os ouros determinados no jogo e a partida prossegue dessa forma até a sétima rodada, onde a forma como a partida termina é determinada de algumas formas interessantes.
Primeiramente, a partida pode acabar antes se o marcador de derrotas da Escócia chegar no espaço da caveira, no topo do tabuleiro. Esse marcador avança toda vez que a Escócia for derrotada nos combates do jogo e essas derrotas, por sua vez, ocorrem quando os jogadores ultrapassam a força escocesa através do seu apoio à força inglesa. Nesse caso, vence quem tiver a menor quantidade de cartinhas de adaga que são obtidas através do apoio em cada combate (descrito anteriormente).
Entretanto, caso a vitória escocesa seja declarada (o marcador não atingiu o topo do tabuleiro), então vence a partida quem possuir mais ouros em geral. O jogo ainda conta com cartas que podem ser jogadas nas diversas fases de cada rodada e que permitem mover tropas, ganhar mais dinheiro, atrapalhar os adversários, entre outros efeitos.
Por fim, Swords and Bagpipes conta com regras especiais 2 e 3 jogadores, um componente especial para partidas de 5 e 6 jogadores e variantes para deixar o jogo mais ou menos difícil em geral, o que representa bastante conteúdo para muitas partidas.
Considerações finais
Swords and Bagpipes é um jogo com tema histórico e também estratégico com um toque festivo, pois a seleção e revelação simultânea dos apoios secretos causam uma verdadeira algazarra divertida em cada partida. Mesmo em 2 ou 3 jogadores, sempre é muito divertido ver que seus planos deram certo para ganhar os ouros do combate na rodada, assim como ver seus adversários um bocado frustrados quando algo não dá certo.
Ao contrário do que alguns jogadores nas mesas divinas se manisfestaram, Swords and Bagpipes não substitui um jogo festivo por conta justamente de possuir camadas de estratégia diversas: a escolha dos lados, o número de tropas a ser usadas, as condições de cada rodada por conta dos eventos, etc. Vale notar as partidas não demoram de forma geral.
O jogo brilha muito mais com 5 ou 6 jogadores, onde a regra adicional é utilizada, porém não deixa de ser divertido com um número menor à mesa. Variantes e componentes adicionais trazem uma boa rejogabilidade para o jogo.
A arte e a produção são ótimas, além da tradução não deixar dúvidas!
Por fim, um dos aspectos mais interessantes do jogo é justamente a forma como ele termina, seja com a vitória escocesa ou inglesa, o que pode determinar o(a) vencedor(a) da partida de forma inusitada seja com mais moedas ou com menos traições. Porém, esse também é o aspecto que mais desagrada alguns jogadores ao mesmo tempo pela forma como as seleções secretas de apoio podem trazer alguma aleatoriedade às partidas.
Pontos positivos
– Jogo divertido e estratégico com algum aspecto festivo
– Tema histórico
– Regras para número de jogadores e variantes interessantes
Pontos negativos
– Brilha com 4 ou mais jogadores
– O final da partida pode frustrar alguns jogadores
