Resenha – Moa

“Após milhares de anos em harmonia, as tribos de pássaros da Terra da Longa Nuvem Branca agora estão em conflito por território e em guerra com os mamíferos invasores. Algumas tribos descaradamente vendem-se para os mamíferos, trocando sua terra em troca da promessa de segurança. No final, apenas o mais esperto irá sobressair e vencer Moa.” – Página oficial do jogo, Derruba Peças editora

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Moa é um jogo do inglês Martin Wallace (AuZtralia, O Hobbit – O jogo de cartas) lançado em campanha de financiamento coletivo no Kickstarter este ano de 2018. O título conta com a arte de Vincent Joubert (Via Nebula, Château Aventure) e veio para o Brasil pela nova editora Derruba Peças. É com base na versão brasileira do jogo que esta resenha foi feita! Agradecimentos divinos à editora pela cópia do jogo e para Patricia Nate, uma das organizadoras do Lady Lúdica, por ter facilitado a entrega do jogo!

Mecânicas
– Controle/Influência de área
– Gestão de mão

O tema de Moa é uma fantasia da chegada dos colonizadores, que aqui são animais mamíferos diversos, à Nova Zelândia, onde a população nativa é representada por aves em tribos diferentes. Cada jogador é um líder de uma dessas tribos e tem como missão principal fazer pontos de vitória enquanto lida com a invasão constante nas terras do jogo.

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Componentes

A partida de Moa se desenrola durante dois conjuntos de sete rodadas, totalizando catorze. Cartas do jogo são abertas a cada rodada e essas cartas limitam as áreas que podem ser utilizadas pelos jogadores durante a rodada atual, assim como informam os locais das invasões, aumento da atividade do vulcão (que também é uma das área mais ricas em pontos de vitória) e também quais são os mamíferos que estão “se preparando” para invadir.

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Exemplo de partida

Depois de reveladas e resolvidas as cartas do jogo, cada jogador realiza somente uma ação das disponíveis no jogo usando as cartas que possuem na mão. Essas ações podem ser colocar pássaros comuns e líderes no tabuleiro (estes últimos desempatam a favor dos jogadores), atacar um território com mamíferos presentes,  vender territórios conquistados para os mamíferos (pontos de vitória!) e comprar fichas de ações que podem mudar o curso de uma rodada com suas ações bônus.

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Cartas de pássaros

Após a sétima e décima-quarta rodadas, existe a fase de pontuação do jogo onde cada jogador(a) precisa verificar os territórios conquistados e/ou vendidos, as fichas bônus que possuem e os marcadores de mamíferos derrotados para saber seu total de pontos. O jogo ainda conta com variante para 2 jogadores e com uma simpática ficha de referência reais dos pássaros usados de inspiração.

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Cartas de mamíferos e terrenos

Considerações finais
Para quem já é veterano no passatempo de jogos de tabuleiro, o nome “Martin Wallace” já significa muito do que seus jogos vêm a ser. Porém, para quem ainda está chegando nesse mundinho e vem ao blog para se informar (obrigado!), então fica a dica divina: é costume de Martin criar jogos apertados onde não dá para fazer muita coisa. Este também é o autor de jogos como Brass e Age of Steam, onde é necessário fazer muito com o pouco que se tem.

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Referências reais dos pássaros usados em Moa

O fato de se poder realizar somente uma ação na sua vez já informa aos jogadores de que estratégias a longo prazo, leitura da mesa e das ações dos oponentes e um bom gerenciamento das cartas à mão são mecânicas muito valorizadas em uma partida de Moa. Isso pode resultar em partidas demoradas, principalmente se os novatos estiverem à mesa, pois este não é um jogo difícil. Entretanto, dada esta pequena barreira, Moa é um título com uma profundidade maravilhosa.

A pequena “folga” que as fichas de kakaria – as ações bônus, lembra? – não faz com que o jogo seja mais fácil por conta disso, mas traz mais opções de estratégias e caminhos à vitória, algo que vale a pena ser notado (e talvez focado no jogo).

Por fim, a parte de defender os territórios conquistados quando os mamíferos invadem (abertura das cartas na primeira fase de cada rodada) não ficou nada legal. Considerando que a defesa deve ser por cartas usadas e não se utiliza da quantidade de pássaros naquele território, existe uma dificuldade a mais sem necessidade. Se existisse uma soma de pássaros presentes e cartas jogadas, certamente isso seria mais divertido.

A arte do jogo é um deleite aos olhos! Sucesso à Derruba Peças editora!

Pontos positivos
– Jogo estratégico que valoriza planejamento em geral
– Partidas apertadas, mas sem serem difíceis ou maçantes
– Ações bônus trazem alguma mobilidade para as estratégias de vitória

Pontos negativos
– A defesa contra os mamíferos dos territórios já conquistados representa uma dificuldade desnecessária