“A 3ª Guerra Mundial está devastando tudo com suas bombas atômicas, e o governo só encontrou uma solução: reconstruir cidades por cima dos escombros.” – Página do jogo no portal Ludopedia
O título New Eden Project, algo como “Projeto Novo Éden” em inglês, é o terceiro jogo da editora paulista Potato Cat. De autoria do casal diretor da editora, Samanta Geraldini Talarico e Kevin Talarico de Oliveira, o jogo está em financiamento coletivo com lançamento previsto para ainda esse ano. O jogo conta com a arte da veterana Jéssica Lang (Café Express) e da nova adição ao time, Tiago Sousa.
Nota: Esta resenha foi feita com base no protótipo do jogo, ou seja, artes, componentes e mecânicas podem ser alterados. Confira mais na página de financiamento coletivo do jogo!
Mecânicas
– Colocação de peças
– Construção a partir de modelo
– Sistema de pontos de ação
– Colecionar componentes
New Eden Project é um jogo que coloca todos em papéis de projetistas de cidade. Para reconstruir cidades devastadas por uma terceira guerra mundial é necessário gerenciar cartas, conectar os espaços das cidades e também observar os editais que dão pontos no jogo.
Quando a partida começa cada jogador possui um dado para marcar seus pontos de compra, uma carta de “lixo atômico” que possui diversas conexões (todas coringas) e à sua frente a oferta do baralho central, as cartas de editais e as cartas de epifanias. Com isto posto e de forma objetiva, cada jogador(a) precisa focar em cumprir o objetivos descritos nas cartas de editais (azuis).
Os editais são cartas de objetivos a longo prazo durante as partidas e estes, por sua vez, possuem uma estrelinha cada um. Uma vez que um(a) jogador(a) tenha cumprido com sucesso o objetivo de uma ou mais cartinhas de editais, essas estrelas ficam habilitadas para aquele(a) jogador(a) e por fim ele(a) pode contar com os pontos das cartas de cidade que possui em seu jogo.
Enquanto a partida ocorre, os jogadores tem à sua disposição cartas de epifanias. Essas cartas possuem objetivos menores que podem ser alcançados a qualquer momento da partida, porém com uma pontuação menor. Além disso, ao invés de pontuar, quando completadas o(a) jogador(a) pode escolher fazer uma habilidade uma única vez na partida como trocar cartas de cidade de lugar, girar uma carta, comprar do descarte, etc.
Por fim, a partida é sempre dividida em duas fases: a fase de inspiração onde se compra as cartas com os pontos dos dados e a fase de projeção onde se coloca as cartas adquiridas naquela rodada. Quando alguém construir a décima carta de cidade nessa fase de projeção, a partida se encerra naquela rodada.
O jogo ainda conta com três diferentes modos de pontuação onde cada um acrescenta um desafio superior ao anterior para se vencer a partida.
Considerações finais
O terceiro jogo da simpática Potato Cat é bem diferente dos seus anteriores por diversos aspectos. A começar pelo nome de difícil pronúncia, o jogo possui camadas de estratégia mais profundas, decisões mais impactantes e também uma disputa mais acirrada pelas cartas.
Enquanto em Cartas à vapor (ainda a ser resenhado) temos um foco nas cartas que vão formar os conjuntos à mesa e em Café Express (ainda a ser resenhado) temos uma constante leitura do que o oponente pode vir a fazer, em New Eden existe a tensão da corrida até a décima carta construída por alguém, enquanto nos preocupamos com a pontuação de cada uma delas e também com os editais. Principalmente os editais.
Foi um escolha inteligentíssima dos casal de autores colocar a pontuação vinculada à cartas temáticas de editais, pois essa camada de estratégia prende a atenção, norteia as escolhas e também traz dificuldade na medida certa ao jogo.
Os ícones do jogo ainda confundem um pouco, principalmente no que condiz às conexões representadas em cada carta. Isso confunde facilmente os jogadores. O manual, enquanto reflete essas diferenças nas regras, também precisa ser revisto antes do produto final ser entregue.
Por fim, a ação de limpar a fileira de cartas disponibilizadas durante as partidas é interessante, mas cara. Por mais que seja possível comprar qualquer carta depois de limpar a fila, os pontos de inspiração (compra) requeridos para isso são altos, o que desvaloriza essa ação. Ainda assim, este é um jogo que, assim como os anteriores, sem dúvida alguma vale a pena conhecer e jogar!
Pontos positivos
– Jogo inteligente com ótimas decisões a serem tomadas
– Linda arte e produção brasileiras
– Bastante diferente dos títulos anteriores da editora
Pontos negativos
– Manual precisa ser revisto, assim como o design das cartas
– A ação de renovar as cartas a serem compradas precisa ter mais valor
