Resenha – The Rotfather: Contrabando

“(…) dentre os contrabandistas está Robert, um detetive infiltrado, que espera identificar e prender o chefe do crime, Al Kane, e assim tirar de circulação o valioso açúcar: a droga mais cobiçada na sociedade dos esgotos.” – Página do jogo no portal Ludopedia

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The Rotfather: Contrabando é o primeiro jogo lançado do criador brasileiro Rafael Arrivabene (Meu jardim) e com a arte de Paulo Scabeni. O jogo foi produzido pelo Grupo de Educação & Entretenimento (G2E) , um grupo multidisciplinar de pesquisa e design da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Agradecimentos ao autor Rafael pelo envio do jogo, assim como também ao grupo  G2E pela ótima produção!

Mecânicas
– Colecionar componentes
– Cooperativo
– Gestão de mão
– Jogo em equipe
– Negociação

Este é um jogo com sistema de overlord ou o famoso “todos contra um” e onde cada jogador(a) faz um papel secreto, porém também precisa realizar um objetivo próprio. Aqui, quase todos são contrabandistas que tem como objetivo trocar cartas a fim de conseguir o que seu personagem precisa para vencer, porém um dos jogadores faz o papel de Robert, um detetive rato infiltrado que precisa identificar com sucesso o chefe do crime, o personagem Al Kane.

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Jogo pronto

Durante a preparação do jogo, cada um recebe um pequeno maço de cartas com um personagem e as cartas iniciais que o mesmo possui. Todos são contrabandistas, menos quem recebe o papel do detetive Robert. Agora, durante as seis rodadas fixas do jogo, os(as) jogadores(as) trocam cartas entre si e compram novas do baralho central do jogo.

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Personagens

O objetivo dos contrabandistas é conseguir pegar os 5 itens que o seu personagem requisita (está na carta de personagem). Feito isso, o Contrabandista “bate” e baixa todas as suas cartas fechadas na mesa. Com isso e dependendo do número de jogadores à mesa, quando uma determinada quantidade de contrabandistas baixarem suas cartas, o Detetive perde a partida.

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Exemplo de “batida”

Para ganhar a partida, o Detetive deve segurar cartas importantes para os adversários e, a qualquer momento, anunciar “voz de prisão” para quem ele(a) acredita que seja o Al Kane. Se acertar, vitória. Se errar, derrota automática e fim da partida.

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Os bens tão desejados

Considerações finais
Este pequeno jogo brasileiro, do mesmo autor de Meu jardim, é um ótima forma de criar mistério, integrar jogadores e também trabalhar muito bem a mecânica de papéis secretos. O que normalmente se vê em jogos festivos, que são os papéis secretos, em Rotfather existe um elemento adicional: o gerenciamento de recursos (itens).

Gerenciar os itens durante a troca e compra de cartas é certamente o ponto alto do jogo. A mão inicial é bem diferente da mão final (objetivo de cada personagem) e quem fica com o detetive não tem uma mão final definida e sim um objetivo diferente: prender Al Kane. Então, em detalhe, enquanto a maioria dos jogadores gerencia suas mãos e itens, um jogador gerencia o que vai prender na mão e o que vai trocar com os jogadores, ambas ações para atrapalhar todos os adversários. Simples e brilhante!

O jogo necessita de 4 a 6 jogadores, porém seria interessante que fosse de 4 a 8 jogadores. As partidas são divertidas em qualquer número de jogadores, porém quanto mais gente à mesa, melhor! Quem assume o papel do detetive Robert pode ter alguma dificuldade no começo, mas em uma segunda partida as jogadas do detetive são bem melhores.

Pontos positivos
– Jogo festivo brasileiro de fácil aprendizagem
– Mecânica de papéis secretos com gerenciamento de recursos
– Regras simples em um jogo que facilmente agrada

Pontos negativos
– Partidas mais divertidas com muitos jogadores