Resenha – Pocket Imperium

“A guerra entrou em erupção em todo o Império Intergalático! Quatro raças espaciais lutam pela supremacia, com o lançamento de frotas de naves espaciais através da galáxia para a batalha pelo controle dos sistemas mais prósperos.” – Site da Mandala Jogos

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Pocket Imperium é um jogo de David J. Mortimer (Flock, Dragon Slayer) lançado em 2013 com as artes de Brett J. Gilbert e Todd Sanders. Aqui no Brasil o jogo foi lançado em 2016 pela paulista Mandala Jogos e é com base nessa versão que a resenha abaixo foi realizada.

Mecânicas
– Ação programada
– Movimento programado
– Ação simultânea
– Controle de área
– Tabuleiro modular

No jogo Pocket Imperium cada um compete para ter o maior número de pontos através de ações simples que são ditadas por apenas três cartas a cada rodada. Através de estratégia e dessas simples e poucas ações, cada jogador precisa acumular o maior número de pontos.

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Visão geral dos componentes

As ações do jogos são somente três, como escrito acima: expandir, explorar e exterminar. Quando um jogador expande, naves da sua cor podem ser adicionadas às suas frotas existentes no mapa que é feito com as placas do jogo. Ao explorar, as naves podem se movimentar tanto na totalidade da frota quanto parcialmente. Por fim, quando ação exterminar é escolhida, o combate obrigatoriamente deve ser travado entre oponentes.

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Exemplo de partida avançada

Essas ações são realizadas de acordo com o número de jogadores que colocam as cartas e esse é o principal diferencial de Pocket Imperium. Como pode ser visto na imagem abaixo, existem marcações nas cartas de ações e são elas que ditam como cada ação vai acontecer nas rodadas do jogo. Se um oponente escolhe a mesma carta que outro oponente, isso significa que o poder daquela ação vai ser reduzido naquele momento para ambos os jogadores. E se 3 oponentes escolherem as mesmas cartas, a redução é ainda maior.

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Cartas de ação. Foto: Ludopedia, usuário
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Na prática, se o jogador A escolhe a ação/carta de expandir (aumentar o número de naves da sua cor em jogo) e o jogador B também escolhe a mesma opção, então esta ação de expansão é reduzida de 3 para 2 naves por jogador. Se um terceiro jogador também escolher a mesma carta, então o poder da ação cai de 3 para 1 nave por cada jogador.

Para apimentar as partidas, existe no centro do universo a peça do Tri-Prime que é tratada como se fosse um setor próprio. Essa peça imobiliza imediatamente qualquer frota que passar por ela e, ao final de cada rodada onde os pontos são contados, quem a dominar ganha três pontos, o que é algo significativo no jogo.

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Tri-Prime ao centro em toda sua glória de pontos

O jogo continua em um determinado número de rodadas e ao final a pontuação é feita de acordo com os marcadores de pontos de vitória acumulados.

Considerações finais
Este é um pequeno jogo de combate e pontinhos que diverte e entrega o aparenta cumprir pelo seu nome: entretenimento que cabe no bolso (pocket) com tema espacial. As mecânicas são bem amarradas e bastante inteligentes, de forma a incentivar o bom uso das ações disponíveis a cada rodada, ainda mais que elas podem ter seu poder diminuído por conta da escolha por parte dos oponentes.

Dentro da sua proposta de um jogo menor, ou ainda “micro”, o autor conseguiu realizar bem a proposta de ser jogo focado no sistema algo próximo aos jogos 4X: eXplore, eXpand, eXploit and eXterminate. Em outras palavras, algo como explorar, expandir, investigar e exterminar, onde a exploração está na movimentação, a expansão na aquisição de novas naves, a investigação na formação de estratégias e a exterminação em tirar as naves dos oponentes.

Entretanto, na mesma medida que este é um jogo honesto, ele também é bastante simples e a experiência de jogo, seja com 2 jogadores, seja com mesa cheia, é também a mais simples possível. Os componentes e  a arte do jogo são simples e bem elaborados e, enquanto o autor usou um tema que costuma pertencer à jogos mais complexos (combate espacial, ficção científica ou como quiser chamar), Pocket Imperium entrega um jogo com esse tema só que em uma experiência bastante reduzida e simples. Não que isso seja algo ruim, pois não o é, mas certamente não agradar a todos os jogadores, principalmente os mais exigentes.

Além disso, a única forma de mitigar a sorte no jogo é através da leitura dos oponentes no que eles possivelmente vão escolher como suas ações.

Ainda assim, o custo/benefício do jogo é muito bom, considerando-se os componentes, a experiência proporcionada e o valor praticado no Brasil pela editora Mandala.

Pontos positivos
– Um jogo simples, rápido e fácil
– Custo/benefício muito bom
– Componentes de ótima qualidade
– Experiência enxuta em um jogo honesto
– Verdadeiramente um jogo “pocket” (pequeno, objetivo e divertido)

Pontos negativos
– Simples demais o que não agrada aos jogadores mais exigentes (heavy gamers)
– Exige certa leitura dos oponentes para mitigar a sorte nas cartas de ação