Resenha – Carcassonne

“A cidade de Carcassonne, no sudeste da França, é famosa por sua cidadela emuralhada que tem suas origens no século 6 a.C., como fortaleza proto-histórica (chamada de oppidum), passando pelo século 3 a.C. quando serviu de fortificação para os romanos. (…) Nesse incrível cenário histórico, os jogadores colocarão seus seguidores nas estradas, cidades, monastérios e campos da região, uma região que muda conforme o jogo avança.” – Manual, segunda edição pela editora Devir

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Edição da Devir
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Edição da Grow

Carcassonne é um considerado um jogo clássico na  geração de jogos de tabuleiro modernos, tendo sido lançado em 2000. Criado pelo alemão Klaus-Jürgen Wrede, o jogo é um também um dos títulos mais vendidos no mundo e já foi publicado em mais de 10 idiomas diferentes, com mais de uma dúzia de versões diferentes também. Aqui no Brasil foi lançado originalmente pela Grow sob o título de Domínio de Carcassonne e posteriormente, em sua segunda edição, pela Devir. Essa resenha se baseia na última edição (vide imagem da capa acima), com a ilustração de Anne Pätzke.

Mecânicas
– Controle de área
– Colocação de peças

O jogo tem como pano de fundo a construção da cidade francesa de mesmo nome, que fica ao sul do país europeu, onde os jogadores colocam as peças que retiram do monte de peças do jogo e vão montando, literalmente, o tabuleiro do jogo.

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A arte da segunda edição

A mecânica do jogo é a mais simples possível: o jogador pega uma peça, coloca na mesa da melhor forma possível de acordo com sua estratégia (e deve obrigatoriamente fazer sentido) e passa a vez. Após isso, pode ou não colocar um de seus seguidores (meeples) a fim de pontuar aquela determinada região. Em se tratando de regiões ou estruturas, podem ser estradas, cidades ou monastérios e existem formas distintas de se pontar.

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As diferentes estruturas do jogo

Os pontos são contados à medida que as construções são terminadas e são computados em um tabuleiro próprio, voltando o seguidor para a mão do jogador e podendo ser reutilizado posteriormente. Não há combate direto, mas existe a possibilidade de atrapalhar outros jogadores ou beneficiá-los (mesmo sem querer).

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Exemplo de final de partida. Imagem: Usuário “shimatsuri” na Ludopedia

Ainda é possível posicionar os seguidores de forma a dominar e pontuar os terrenos que são formados conforme o desenvolvimento do tabuleiro, o que gera mais pontos “de virada” no final das partidas. Vence quem tiver mais pontos ao final.

Considerações finais
Carcassonne é um jogo absurdamente simples, leve e divertido, porém com um suficiente teor de tática: as pequenas decisões envolvidas no posicionamento de peças e seguidores o torna melhor que o Jogo da vida, por exemplo.  A estratégia reside neste fato de que os seguidores são peças limitadas, portanto devem ser usados de maneira prudente e também na divisão dos pontos de estruturas sendo dominadas por 2 ou mais jogadores.

Além disso, é um dos mais famosos jogos tanto aqui no mercado nacional e internacional utilizado como “jogos de entrada”, ou seja, para jogar com pessoas que nunca ou raramente tiveram contato com jogos de tabuleiro, sejam eles modernos ou não.

Apesar de mecânicas simples, este é um jogo que possui um alto nível de estratégia envolvido e uma quantidade altíssima de possibilidade de jogadas a serem desenvolvidas, tanto que existem campeonatos nacionais e também internacionais do mesmo.

O ponto positivo da mecânica também serve como negativo, sob um olhar mais crítico: por ser simples demais, Carcassonne pode acabar sendo esquecido com o tempo na coleção de qualquer um que venha a descobrir novos títulos, como Ticket to Ride por exemplo. Claro, isto não é regra.

Por fim, existe o fator claro da sorte envolvida no jogo. Ao pegar um placa de terreno do monte do jogo, não sabe o que pode vir na mesma e isso pode ou não favorece a jogada de alguém. No decorrer do jogo é comum existirem cidades, estradas e outros que não puderam ser completados, pois as escolhos dos jogadores foram focadas em outras partes do tabuleiro. A alta sorte pode não agradar a muitos.

As expansões “Abade” e “Rio” que vem na caixa da segunda edição serão resenhadas posteriormente aqui no blog.

Pontos positivos
– Jogo fácil de ensinar e aprender, um verdadeiro “jogo de entrada”
– Mecânica muito simples
– Quantidade grande de estratégias

Pontos negativos
– Sorte envolvida
– Pode se tornar repetitivo rapidamente