O que foi a GGRF para os jogos de tabuleiro

No final do mês abril aconteceu o evento Game & Geek Rio Festival, promovido no Riocentro pela empresa Fagga/GL Events, a mesma que faz a Bienal do Livro nas edições que ocorrem no Rio de Janeiro. O evento ocorreu nos dias 21, 22 e 23 de abril (sexta, sábado e domingo respectivamente) e eu tive a oportunidade de trabalhar com a editora Pensamento Coletivo que tinha uma equipe bem sólida de profissionais, dentre eles figuras já conhecidas do meio de RPG como Jorge Valpaços (autor do RPG Déloyal) e Thiago Rosa ( um dos autores do livro RPG Caracterização).

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Lá também estavam presentes as editoras Jambô e Retropunk, assim com a distribuidora Pingo do I que levou os produtos tanto da Galápagos quanto da Copag. Na mesma área das editoras ficavam também as mesas para testes do evento, onde se podia jogar jogos de tabuleiro e de RPG. O evento ainda contou com youtubers de jogos digitais, grupo Epic, amostras de jogos digitais, novas tecnologias, partidas em tempo real, editoras de livros, histórias de quadrinhos, lojas de figuras de ação e colecionáveis. De forma geral, para o público jovem e que gosta de cultura de nerd/geek, esse foi um evento sensacional!

Jogos de tabuleiro e tempos antigos

Porém, o que isso representou para os jogos de tabuleiro? O evento não foi direcionado aos jogos de tabuleiro ou aos jogos de RPG, então as editoras e empresas envolvidas estavam lá claramente como complemento do evento, a final de contas, em termos de jogos, o foco eram tantos os jogos digitais quanto aquilo que permeia os mesmos: tecnologia, acessórios e outros.

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Jogo de tabuleiro Gunrunners

Ainda assim, como um passe de mágica em um jogo de fantasia, as editoras se surpreenderam positivamente com o público que as procurava na área de entretenimento analógico ou offline. Famílias relembrando os tempos de juventude onde jogavam jogos como War e Banco Imobiliário, jovens adultos em grupos de amigos relembrando antigos sistemas de RPG que jogavam antigamente. Impressionante é o fato de que ainda existem muitas pessoas que desconhecem que existem jogos de tabuleiro modernos, editoras e profissionais diversos envolvidos nas várias etapas dos processos de desenvolvimento e publicação dos títulos em geral. Era comum ver pais e filhos rindo com seus jogos, se divertindo e fazendo comentários positivos quanto aos produtos, novidades e empresas.

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Estande da Pensamento Coletivo. Foto: Jorge Valpaços

Eventos fora do nicho

Por mais que o evento tenha sido positivo – tanto para as editoras quanto para o mercado de jogos de tabuleiro e RPG – acredito que ainda seja cedo para comemorar. O evento em si teve suas falhas, como ingressos caros, serviços também caros para as editoras, foco no marketing no principal do evento deixando de lado as editoras em questão do nosso mercado, dentro outros que certamente atrapalharam um melhor aproveitamento do evento tanto por parte da empresas que se interessaram em ir, quanto pelo público de outras regiões que com toda a certeza deixou pelo alto custo que teria para comparecer e aproveitar o evento.

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Mesa de Mutant: Ano Zero

Claro que, para um primeiro evento, existiram diversos acertos por um outro lado, como a escolha do Riocentro, localização dentro do evento das empresas, a escolha correta de empresas que se complementavam entre si (história de quadrinhos perto das lojas de figuras de ação e colecionáveis, por exemplo) e serviços dentro do evento, porém ainda existe muito o que acertar. Esses eventos, por possuírem outro foco, exigem mais das editoras em logística, trabalho e marketing. Portanto, parabéns à Pensamento Coletivo, Jambô e Retropunk. Aliás, esta última, estava com uma equipe muito sólida e mestrando o novo RPG da mesma (Hora da aventura!) que atraiu centenas de olhares durante os três dias de evento.

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Mesa do RPG Hora da aventura. Foto: Thiago Rosa

Em resumo, para o mercado de jogos de tabuleiro, representou um ponto positivo, no geral. Sempre é muito satisfatório ver as editoras saindo do nicho de mercado, levando sua marca e produtos para um outro público que tende a se juntar aos milhares de jogadores que já existem em nosso país. É necessário muito esforço, paciência e coragem para participar de algo que não seja específico e realizar um bom trabalho. Com melhorias no formato do evento, assim como melhor organização e divulgação do mesmo, pode vir a se tornar mais um evento de editoras de jogos analógicos no Rio de Janeiro, além de eventos pequenos do maior de todos, o Diversão Offline.

Abaixo um vídeo do Jesiel Araújo que, apesar de não ter sido para o blog Meeple Divino (infelizmente), serve bem para dar um panorama geral do evento.

Quer saber mais? Leia sobre o que Thiago escreveu e sobre o que Jorge escreveu também. Para encerrar, mais fotos!

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Mesa do RPG Déloyal com Jorge Valpaços
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Mesa de Imperial 2030.
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Final de evento, estande da Pensamento Coletivo. Foto: Luana Filgueiras