Resenha – Pélaghos (protótipo)

“Um mundo de magia e navios. Um mundo inteiro para explorar e conquistar.” – Thiago Mello, autor do jogo

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Pélaghos é um jogo brasileiro que está agora em financiamento coletivo, criado por Thiago Mello, Roice Mello e Ney Alencar, todos do sul do país, e com a arte de Guilherme Rodrigues Soares e Jonatas Bermudes, este último também sendo o artista por trás do jogo Crop Rotation (ambas as versões, Game Maker e Legião Jogos). Este último jogo mencionado será resenhado futuramente ainda no blog e Pélaghos nos foi emprestado pelo autor.

Esta resenha contou com a colaboração gentil do querido André Bigler. MUITO obrigado, sem você esse material não seria possível!

Nota: Boa parte das artes dos componentes nas fotos desta resenha estão desatualizadas, sendo possível ver as novas artes diretamente na página do financiamento coletivo. Visite e apoie!

Mecânicas
– Movimento programado
– Construção de baralho
– Gestão de mão
– Pegar e entregar
– Rolagem de dados
– Tabuleiro modular

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Componentes, visão geral

Em Pélaghos os jogadores todos assumem o papel de um nação fictícia com a missão principal de acumular pontos de vitória para garantir a supremacia no mundo do jogo. Para isso, cada um possui juntamente com sua facção um tabuleiro de jogador(a) onde existem os tripulantes, navios, porto e outros elementos essenciais, assim seu avatar particular.

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As diferentes facções

A cada turno o(a) jogador(a) movimenta seu(s) barco(s) presente(s) no arquipélago e realiza uma das ações possíveis do jogo. São elas:

  • Entregar um frete: Enquanto estiver no porto é possível pegar uma carta de frete que permite “entregar” algo em um determinado local do tabuleiro do jogo. Esta entrega é virtual e na verdade necessidade de certas atributos no local de entrega;
  • Fazer uma aventura: Ao entrar em um novo espaço (tile) do arquipélago, cada jogador(a) pode realizar uma aventura ao tentar cumprir os atributos requeridos naquele espaço em particular quando estiver lá com um dos seus barcos;
  • Realizar uma exploração: Também em uma ilha, o(a) jogador(a) pode explorar caso tenha algum tripulante com a habilidade exploração em sua carta. As cartas de exploração são cartas de sorte onde, dependendo do resultado do dado, coisas boas ou ruins podem acontecer;
  • Começar um combate: O combate não é obrigatório e só pode acontecer quando dois navios de oponentes estiverem no mesmo espaço. O combate de artilharia acontece com a comparação dos canhões e rolagem de dados, enquanto o combate de abordagem acontece comparando-se a força dos tripulantes de ambos os navios, basicamente.
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Diversos tipos de cartas

No tabuleiro de cada facção existem todas as principais informações necessárias para o desenvolvimento da partida como o porto, objetivo de dada facção, capitães e tripulantes dos barcos (sim, mais de um!) e por fim os pontos de vitória. Também é nessa área que ficam as cartas que vêm do jogo – recursos, equipamentos e outros – alinhadas com os personagens que estão presentes.

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Tabuleiro de jogador e tripulantes

Por fim, vence a partida imediatamente quem atingir um determinado número de pontos de vitória primeiro. Aquela nação é a vencedora e os pontos se dão através das diferentes cartas e objetivos citados acima que devem ser utilizados pelos jogadores.

Considerações finais
Pélaghos possui elementos bem semelhantes a diversos outros jogos com temática similar como Seafall, Dead man’s draw, Mecharts & Marauders e outros, mesmo que o autor tenha já informado diferentes títulos que serviram de inspiração: o combate traçado de formas diferentes, elementos de navegação e pirataria são ótimas referências temáticas com elementos presentes aqui.

Este é um jogo inteligente e bem desenvolvido (ao longo de 3 anos, de acordo com o autor) e que possui claramente regras amarradas ao tema de forma a implementar o mesmo na medida certa nos seus elementos diversos.

O jogo, que possui diversas pequenas mecânicas integradas, demora um bocado por jogador e quanto mais jogadores estão à mesa jogando, mais demorado ele é, uma característica comum em jogos com sistema sandbox. Apesar do manual incentivar que cada jogador(a) pense no que fazer durante o turno do oponente as poucas ações que existem permitem uma grande quantidade de estratégias, movimentos e contra estratégias também. Vale levar em consideração também o gerenciamento (simples) de barcos, tripulantes, recursos e cartas e a possibilidade de reduzir a pontuação para atingir uma vitória em menor tempo de partida.

A alta quantidade de ícones e atributos em geral também contribui para essa demora, pois existe muita informação para ler, aprender e praticar no jogo. Isso não denota algo ruim dentro do título, porém dificulta o contato com jogadores novatos: estes precisarão de ajuda e consultas ao manual com maior frequência.

Este é definitivamente um jogo brasileiro com média complexidade e com muitas regras, mas que quando é conhecido na primeira partida diverte muito!

Pontos positivos
– Tema bem implementado
– Diversas mecânicas que se complementam bem
– Regras inteligentes e sólidas
– Grande quantidade de caminhos à vitória e estratégias

Pontos negativos
– Muita iconografia e regras, o que aumenta o tempo de jogo por jogador
– Quantidade de regras gera demora no turno de cada jogador(a)