Resenha – Tao Long: O caminho do dragão

“Havia algo sem forma e perfeito antes do Universo nascer. Pela falta de um nome melhor, eu o chamo Tao.”
Lao Tsu – Manual do jogo

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Tao Long: O caminho do dragão é um jogo abstrato exclusivo para 2 jogadores, com expansão para 4, criado pelos brasileiros Dox Lucchin e Pedro Latro  e com as arte de Dox também. O jogo foi lançado este ano pela editora ThunderGryph Games e criado pelos autores através do estúdio Octo Ludustudio.

Agradecimentos a Pedro Latro e ao pessoal do Octo Ludustudio!

Mecânicas
– Movimento em grade
– Movimento ponto-a-ponto
– Tabuleiro modular

Em Tao Long ambos(as) os(as) jogadores(as) controlam dragões que disputam poder e movimentos a fim de pode dominar seu oponente, onde cada ação que é escolhida deixa diferentes opções para adversário. O objetivo maior da partida é eliminar seu oponente.

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Visão geral dos componentes

Através de um círculo que possui uma mecânica de rondel, cada dragão manipula as ações no mesmo sentido a fim de realizar seus movimentos e reunir poder para atacar com mais eficiência. O círculo, chamado de ba gua, possui 4 ações com 2 configurações opostas: mover na horizonta ou vertical, realizar curvas, etc. Feita a movimentação nesse círculo, essa ação é realizada no tabuleiro central onde ficam as peças de dragão.

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Jogo pronto para começar

Considerando o objetivo de derrotar o oponente, cada dragão precisar atacar seu oposto, seja través de mordidas (ataque físico) ou através do lançamento de fogo (atraque à distância). A cada vez que um dragão perde 4 ou mais pontos de vida, uma das peças que compõe seu corpo é retirada do jogo. Uma vez que só reste a cabeça do dragão, este(a) jogador(a) perde a partida imediatamente.

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Uma das variantes: Portais

O jogo ainda conta com variantes e expansões com peças adicionais para novos modos de jogo e desafios adicionais para novatos ou jogadores veteranos em Tao Long.

Considerações finais
Aqui existe um jogo claramente abstrato em sua essência, apesar de bastante temático, e que lembra o clássico digital snake quando se mexe as peças dos dragões no tabuleiro.

É fascinante observar os detalhes das artes nas peças de Tao Long e verificar que, apesar de uma mecânica abstrata, o tema foi muito bem trabalhado: o rondel de escolhas que influenciam o que o oponente vai fazer e o tabuleiro em grade que demarca os movimentos e ataques em geral e reforçam o tema do jogo.

Uma característica interessante é que Tao Long incentiva realizar a melhor jogada possível através do que está presente no rondel (ba gua): isso faz com que seja necessário gastar tempo avaliando seus próprios movimentos e os movimentos que o adversário pose fazer a fim de dominar um pouco mais do jogo. Menos possibilidades no que no xadrez, presumo, mas o mesmo desafio em dominar o jogo!

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Destaque dos portais e obstáculos que podem ser usados

Tratando-se de movimentos, infelizmente acontece dos jogadores não poderem realizar suas ações dada as posições dos dragões no tabuleiro. Isso, enquanto perfeitamente compreensível mecanicamente, pode gerar frustração.

Além de partidas bastante solidas com sua mecânica, o jogo ainda oferece a possibilidade de uso de variantes com peças novas, expansões ou uma mistura de ambos. Muito conteúdo com uma ótima produção que, mesmo com a demora nos turnos, constitui um ótimo título ao catálogo brasileiro de jogos nacionais de tabuleiro. Vale lembrar que a versão de luxo vem com mais conteúdo para jogabilidade do que a versão comum.

Pontos positivos
– Jogo abstrato original
– Linda arte brasileira com excelente produção internacional
– Tema orienta muito bem aplicado
– Expansões e variantes garantem mais rejogabilidade

Pontos negativos
– Possibilidade de demora nos turnos