Resenha – Schotten Totten

“Expandir o vilarejo empurrando para o mais longe as pedras de fronteira… Parece uma boa ideia, mas infelizmente quem a teve foi seu vizinho.” – Caixa do jogo
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Schotten Totten (ou algo como “totem escocês” em holandês) é um jogo exclusivo para dois jogadores publicado por Reiner Knizia (Modern Art, Lost Cities) em 1999. Um dos clássicos e mais conhecidos jogos do autor alemão, Schotten Totten tem a arte de Jean-Baptiste Reynaud (King of Tokyo, Ultimate Warriorz) nesta última versão que também é a versão da Redbox editora publicada este ano.

Agradecimentos à editora carioca que cada vez mais vem trazendo ótimos títulos ao catálogo nacional!

Mecânicas
– Gestão de mão
– Colecionar componentes

Em Schotten Totten cada um lidera um clã  escocês que quer expandir suas fronteiras e terras. Para isso, precisa empurrar as pedras que são usadas para demarcar seu território e o do vizinho também. Na prática, o objetivo deste jogo exclusivo para dois é capturar as placas que representam as pedras das fronteiras de cada um dos territórios.

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Componentes

Para capturas é necessário mostrar mais força com as cartas de clã do que o adversário. Após a preparação do jogo, as placas de pedras separam os territórios e também demarcam onde as cartas serão colocadas por cada um dos jogadores à mesa.

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Partida em andamento

As cartas de clã demonstram sua força através de uma trinca ou trio de cartas. Essas trincas podem ser da mesma cor e número, misturadas e outros, porém cada tipo de trinca possui uma força maior ou menor que outras. Na prática, para reivindicar uma pedra para si, um clã precisa ter um trio de cartas obrigatoriamente mais forte que o outro.

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Trincas de cartas com poderes diferentes

Quem conseguir três pedras adjacentes ou cinco pedras espalhadas no total, vence! Ainda existe um conjunto de cartas avançadas – chamadas de “cartas táticas” – que acrescentam uma série de novas cartas e habilidades também. É possível, inclusive, roubar cartas de clã do adversário!

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Cartas táticas

Considerações finais
Este é um jogo exclusivo para dois, talvez o primeiro ou um dos primeiros da editora no Brasil, já com o peso de ter sido criado por um antigo game designer alemão, Reiner Knizia. Um jogo leve, mais ao mesmo tempo estratégico, onde prevalece a escolha melhor em cada uma das pedras presentes.

A sensação clara que Schotten Totten passa é a de estar disputando de forma diferente em 9 pedras que cortam os territórios. A cada uma dessas pedras, considerando a liberdade de se jogar em qualquer lugar, uma disputa diferente pode ser feita de acordo com o tipo de trinca de cartas que tanto um quanto outro jogador jogam: isso requer atenção. Sem qualquer “acordo de cavalheiros” de voltar as jogadas, um pequeno erro pode representar a pedra adjacente para o adversário.

Assim como em Carcassonne por exemplo, aqui vale a contagem das cartas (e lá, das peças) para fazer quais cartas saíram e de quais cores, isso é fator crucial para quem quer partidas bem mais acirradas.

Por fim, após algumas partidas fica claro que as cartas táticas e variantes do manual são essenciais para se ter um jogo mais apimentado. Turnos demorados são comuns, principalmente para o final da partida!

Pontos positivos
– Simples e fácil de aprender e ensinar
– Jogo de mecânica leve, mas com alta estratégia e leitura do oponente
– Ótimas decisões em partidas diferentes umas das outras
– Cartas e variantes avançadas para partidas bem mais exigentes

Pontos negativos
– Demora nos turnos pode ocorrer