Como foi o segundo Mansão Convida

No sábado do dia 19 de maio aconteceu a segunda edição do Mansão Convida, evento totalmente voltado para jogos de tabuleiro brasileiros ainda em desenvolvimento, porém em estágio avançado. O evento, que foi novamente organizado pelo competente Leandro Nunes (ex The Meeple, Niterói RJ), teve a participação em peso da Mansão das Peças grupo carioca de desenvolvedores de jogos –  que também estavam na organização – assim como, novamente, o patrocínio da editora paulista Dijon Jogos.

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Criadores de jogos e organização

Desta vez foram exibidos no total 12 títulos ainda em desenvolvimento, dos quais três deles já haviam sido apresentados na primeira edição (Master detective, Wise guys e Herdeiros do Khan) e além da diretor da editora Dijon, também foi possível ver diretores da Redbox e outros profissionais do mercado testando os jogos, além de diversos geradores de conteúdo do Rio de Janeiro: algo gratificante de se ver, pois o evento merece atenção.

Além dos jogos inscritos, o Mansão Convida teve um convidado mais que especial: Luish Moraes, autor do antigo sucesso de vendas Recicle que lá estava com o seu protótipo Canastra (e que foi testado pelo blog)! Vale também notar que para a felicidade dos cariocas o local do evento mudou para um local na Tijuca, bairro da zona norte da cidade, o que facilita o acesso de forma geral. Apesar de algumas coisas deixarem bastante a desejar (principalmente a iluminação), fica o parabéns, em particular, deste autor para todos da organização!

Sem mais demora, vamos ao protótipos testados:

Doodle Realms – Jordy Adan
Sem dúvida alguma, o jogo do sulista Jordy Adan foi o destaque deste evento. O jogo que é possui mecânica simples de revelar cartas e anotar os pontos feitos em um bloco de papel já preparado para esse fim. Pequeno e objetivo, o jogo diverte de maneira inteligente e também desafiadora, bastando apenas mais conteúdo e variação das formas de pontuar. Entretanto, já é um jogo em reta final de desenvolvimento sem dúvida!

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Doodle Realms – Jordy Adan

Wu Xing – Rômulo Marques
O protótipo do carioca Rômulo Marques é sem dúvida algum um jogo com um tema inédito e com mecânicas muito bem implementadas. Nossa missão é guiar nossos seguidores pelos caminhos da alquimia chinesa enquanto preparamos elixires e pólvora para o imperador. O jogo se utiliza muito bem de gestão de recursos e movimento a ponto, porém o destaque fica para as diversas formas de pontuar se utilizando de dados. Apesar de ótima explicação por parte do autor, o jogo é melhor aprendido na prática, o que pode ser um ponto a se observar em testes. Ainda assim, este é um jogo praticamente pronto para ir ao mercado nacional.

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Wu Xing – Rômulo Marques

Born to be villain – Sanderson Gomes
Já ficou bem claro que o autor desta resenha (eu!) é bastante fã dos jogos do carioca Sanderson Gomes. Vencedor de diversos concursos e veterano da cena de jogos de mesa na cidade, o autor carioca não deixa a desejar neste novo jogo onde coloca todos no papel de capangas de um vilão que domina uma cidade fictícia. Assim sendo é necessário desbravar a cidade praticando crimes de toda ordem, porém precisam tomar cuidado para não se atrapalhar indo em um mesmo local. O jogo ainda precisa demais teste e talvez mais conteúdo, mas está no caminho certo.

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Born to be villain – Sanderson Gomes. Foto: Dan Paskin/SeJoga

Master detective – Leandro Pires
De shows de rock ao mercado de peixes, Leandro Pires volta com seu título onde cada um precisa agora ser um detetive, provando as diferentes experimentações do autor quanto ao tema dos seus jogos. Master detective definitivamente é um jogo mais complexo do que os autorias apresentados em eventos e coloca os jogadores na pele de detetives que precisam ajudar a desvendar um crime encontrando o culpado, seu cúmplice e uma testemunha. O jogo ainda precisa de modificações que já algumas ações tem mais valor que outras.

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Master detective – Leandro Pires

Canastra – Luish Moraes
No título do mesmo autor de Recicle, Luis Moraes, cada jogador(a) é dono(a) de uma queijaria e precisa se preocupar tanto com a qualidade dos seus produtos quanto com o valor deles, para que possa ganhar a partida. Para isso existem diversas ações e contratos que precisam ser realizados, assim como também muitos elementos quanto a locomoção, produção e venda dos produtos nas várias regiões do tabuleiro. Por possuir muitos elementos, o jogo necessita de uma explicação mais focada, assim como também boa memória para os muitos ícones, ações e componentes do jogo. Ao meu ver, ainda tem uma longa caminhada no desenvolvimento.

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Canastra – Luish Moraes

Rali – Alexandre Amaral
O novato carioca Alexandre Amaral apresentou seu jogo de corrida através das cartas onde é necessário se preocupar com a velocidade e obstáculos. O protótipo é bastante divertido e traz boas decisões aos jogadores onde coloca cada um a escolher dentre correr mais e ganhar mais pontos, porém tomar mais dano, ou ser mais cauteloso e preservar seu carro para uma outra pista. Existe uma modificação quanto a pontuação que precisa ser feita, mas o jogo claramente tem qualidade e está na reta final.

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Rali – Alexandre Amaral

Mais um evento de sucesso por parte dos organizadores! Acredito enquanto jogador seria interessante que profissionais que já tenham lançado seus jogos possam jogar os protótipos dos criadores novatos, então fica a sugestão! Sucesso ao Mansão Convida e a Dijon Jogos!