Resenha – Ming Mang

“Originário do Tibet, o termo “Ming Mang” se traduz como “muitos olhos”.” – Folheto com a história do jogo, Mitra Criação

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Ming Mang é um jogo abstrato e também de estratégia para dois jogadores e acredita-se ser de origem tibetana. O jogo tem sua possível criação por parte dos monge tibetanos antes de serem expulsos pela China em 1959, de acordo com o folheto de história do mesmo. Aqui no Brasil foi lançado pela Mitra Criação e é com base nessa versão que esta resenha foi escrita!

Mecânica
– Movimento em grade

Ming Mang é um jogo abstrato que coloca os jogadores para capturar as peças do adversário e cumprir uma das algumas condições de vitória, diferente entre si. Essa captura se dá através da movimentação no tabuleiro e por cercar as peças adversárias. Os movimentos das peças é parecido com a torre do xadrez onde é feito na horizontal ou vertical, porém aqui é de maneira livre, podendo ocupar qualquer casa vazia.

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Visão geral da caixa

A partir do momento que uma peça é capturada, ao invés de sair do tabuleiro como em diversos títulos abstratos, é transformada para a cor do oponente. Essa pequena mudança norteia boa parte das estratégias envolvidas no jogo, assim como também tem relação com uma das condições de vitória do mesmo.

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Jogo preparado para iniciar a partida

De forma geral, o objetivo do jogo é conquistar o maior território possível e para vencer é necessário ao menos metade do tabuleiro capturado por alguém. Porém, quando todas as peças em jogo são capturadas ou bloqueadas, a partida também acaba e a vitória é dada para quem conseguiu a maior parte das capturas, bloqueios ou conquista do tabuleiro. Vale lembrar o fato de que as peças em Ming Mang não podem “pular” sobre outras.

Caso, durante uma partida, ambos os jogadores passem a vez, o jogo se encerra imediatamente.

Considerações finais
Não há o que falar da produção quanto aos componentes do jogo, isso é impecável em qualidade, porém algo é certo de se informar sobre Ming Mang: pode levar poucos minutos ou horas para acabar uma partida! Durante minha experiência desde que recebi gentilmente uma cópia do jogo parte da Mitra (obrigado!), algumas partidas duraram trinta minutos com desfechos inacreditáveis e outras duraram de uma hora e meia à duas horas de capturas tensas e muita disputa de território no tabuleiro. Claro, sempre existe a opção de passar e encerrar a partida.

O jogo em si é bastante divertido e requer total atenção em todos os movimentos, principalmente do adversário. Não chega a ser um “meta game”, onde a leitura é essencial, até porque os movimentos ficam abertos no tabuleiro e é possível ver claramente as opções do oponente.

A condição de vitória de capturar tanto espaço pode ser rapidamente a derrota de alguém, o que exige tanto um microgerenciamento dos movimentos e possíveis capturas de peças quanto uma visão “macro” do quanto de espaço do tabuleiro já foi capturado. Essa característica, enquanto incomum em jogos de tabuleiro (principalmente os modernos), é muito interessante e exige bastante dos jogadores.

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Exemplo de vitória das peças brancas com 33 casas capturadas

Tanto pela sua mecânica quanto pelas condições de vitória o jogo é mais complexo que Agon ou Bizingo, títulos abstratos da Mitra. Não que isso seja algo impeditivo para um(a) jogador(a) novato(a), mas é algo a se levar em consideração para quem está conhecendo os jogos de tabuleiro abstratos em geral.

Pontos positivos
– Produção de alta qualidade
– Desafiador a cada partida
– Divertido e com condições e vitórias interessantes
– A atenção exigida deixa as partidas disputadas

Pontos negativos
– Um pouco mais complexo, o que pode não agradar a jogadores novatos