O primeiro evento Mansão Convida

No último sábado, dia 17 de fevereiro, aconteceu a primeira edição do Mansão Convida, um evento exclusivo para a apresentação de protótipos, aqui no Rio de Janeiro. O evento foi criado pelo grupo Mansão das Peças, cariocas criadores de jogos de tabuleiros veteranos, inclusive já com títulos lançados dentre seus autores.

O pessoal da Mansão em si participou com diversos jogos, além de também existirem convidados de fora do grupo, inclusive de outros estados! No total, participaram 10 protótipos de diferentes autores, todos com duas mesas para jogar. O encontro aconteceu no Casarão 22, um restaurante na zona sul da cidade do RJ. Além dos visitantes, autores dos jogos e geradores de conteúdo, o evento ainda contou com a participação da editora Game Maker, a loja Legion CG e teve o patrocínio da Dijon Jogos e uma personalidade surpresa no evento: o francês Chris Boelinger, autor de jogos famosos aqui e fora do Brasil como Archipelago, Dungeon Twister e Fruit Salad.

Além de tudo isso, o evento ainda contou com sorteio de jogos de forma muito bem organizada. Somente participava dos sorteios pessoas que jogassem algum protótipo. Após jogar e preencher um formulário sobre sua opinião pessoal do protótipo, cada jogador recebia um pequeno adesivo na cor azul em uma ficha numerada que, por sua vez, poderia ser depositada em uma urna para participar. Solução simples e eficaz.

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As fichas para sorteio, inclusive com a marcação em azul à direita

Já que é um evento de protótipos… Que tal escrever sobre eles? De forma geral, os dez jogos abaixo foram os participantes (vide imagem), entretanto, como o evento tinha duração de seis horas, não foi possível jogar todos. Assim sendo, deixo aqui a impressão pessoal dos protótipos que joguei somente.

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Heráldica – Swami Guimarães
O primeiro protótipo que pude testar no evento foi o grande Heráldica, do carioca Swami, que mal cabia na mesa do evento. No jogo somos nobres a formar os brasões de famílias europeias nos tempos antigos. Através da gestão de cartas e recursos cada jogador(a) desenvolve brasões de diferentes cores e formas, o que pode atender (ou não!) as cores dos castelos no tabuleiro. Os brasões, símbolos, recursos e outros elementos formam uma pequena “salada de pontos”. Apesar de grande, o jogo é de média complexidade e possui boa fluidez. Vale lembrar que o autor também possui um simpático projeto já pronto, o jogo Triax.

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Heráldica. Autor: Swami Guimarães

Data Cube – Eduardo Guerra
Autor de Crop Rotation, Heróis de San Villano e Enchanted Cubes (este pela Game Maker), o paulista Eduardo Guerra apresentou no evento mais um projeto diferente, chamado de “Data Cube”, onde cada jogador(a) é um processador de dados que precisa interpretar e organizar informações que são os discos coloridos do protótipo. Visão 3D, prioridade de cores e outros são apenas alguns dos aspectos do protótipo que, dentre comentários diversos e caretas de muita tática, agradou de forma geral. Ainda faltam bons ajustes com toda certeza, mas existe potencial.

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Data Cube.  Autor: Eduardo Guerra

Levitadores – André Teruya
Outro criador de jogos do estado de São Paulo, André é conhecido por ser bastante criativo nos temas e mecânicas de seus jogos e Levitadores não poderia ser diferente. O jogo, que tem como pano de fundo a Guerra Fria e jovens com poderes de mover objetos com a mente, tem mecanismos bem interessantes de aproveitamentos dos dados, resolução de objetivos através de um pequeno plano cartesiano e administração de recursos em geral. Apesar da falta presencial do autor, o que gerou insatisfação naqueles que conhecem seu trabalho de perto, o jogo foi muito bem representado por um profissional do evento e também muito bem explicado. Faltam claros ajustes entre a ligação das mecânicas com o tema, mas este já é um projeto caminhando para o final.

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Levitadores. Autor: André Teruya

Cassino Zeppelin – Romulo Marques
Como não poderia faltar jogar um protótipo “da casa”, escolhi o simples e bonito Cassino Zeppelin do carioca e também “mansioneiro” Romulo. Nele cada jogador(a)  deve embarcar clientes para cassinos no céu – em zeppelins – em uma Inglaterra vitoriana steampunk. Como em todos os projetos seus ou nos quais participa, Romulo deixa claro a dedicação ao tema de cada jogo. Zeppelin é um jogo bem ajustado, ainda não em fase final, mas certamente próximo disso. Suas mecânicas de administração de recursos, controle de área e tabuleiro modular conversam muito bem.

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Cassino Zeppelin. Autor: Romulo Marques

Os outros protótipos presentes de Robert Coelho, Sanderson Virgolino, Rodrigo Rego, Leandro Pires, Humberto Costa e Lucas Ribeiro eu não tive tempo hábil de jogar, mas deixo anotado para futuras oportunidades!

Vale mencionar que ficou clara a falta de profissionais de editoras lá para verificar os projetos, jogar os mesmos, dar suas opiniões e quem sabe até mesmo não fechar parcerias com os autores para lançamentos futuros. Por este aspecto, fica o parabéns para a Dijon Jogos que além de patrocinar o evento esteve presente do começo ao fim!

Com o Diversão Offline já bem próximo, em breve o blog terá uma postagem voltada para os autores dos jogos que, mais uma vez com esse evento, precisam melhorar alguns aspectos durante a apresentação dos seus projetos.

Sucesso aos envolvidos, parabéns principalmente para a organização do evento, e que venham mais convites à Mansão!