Resenha – Overdrive (protótipo)

“Não desliga! Sério, vem até aqui que ele deixou um portal aberto na garagem que leva pra este lugar. Além do mais, estamos precisando de uma baixista nova.” – Manual, introdução

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Overdrive é uma criação brasileira do estúdio de criação sulista Moby Studios. O estúdio é dirigido por Moisés Pacheco e Bianca Melyna, respectivamente autor e co-autora deste título que será um lançamento de 2018. O jogo é a primeira criação do casal que vai ao mercado brasileiro e esta resenha foi feita com base no protótipo do jogo gentilmente enviado pelos autores. Obrigado!

O jogo está em financiamento coletivo, em sua reta final! Clique aqui para ir para a página de financiamento coletivo! Confira lá imagens finais do jogo também.

Mecânicas
– Alocação de trabalhadores
– Rolagem de dados
– Coleção de componentes

Em Overdrive cada jogador representa uma banda de rock em batalha extra dimensional de bandas para ver quem é a melhor de todas. Este é um jogo competitivo onde cada jogador possui um tabuleiro de sua banda, fãs, fama, grana e, claro, overdrive (talento da banda).

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Componentes do protótipo

Após a rolagem de dados cada jogador pode alocar os mesmos nos diferentes espaços tanto no tabuleiro central quanto nas suas cartas de hits, que nada mais são do que cartas com habilidades especiais que os jogadores podem comprar. Os dados (D6), por sua vez, possuem faces diferentes com função também diferentes: Horns up, 2 caveiras, 2 acordes e influência.  Cada face tem local próprio (ou locais) para ser utilizada gerando efeitos e recursos diferentes que podem ou não influenciar diretamente o jogo próprio ou ainda de um oponente.

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Amostra dos dados. Foto: Sherlock S.A.

Existem dois tipos de cartas no jogo, ambas influenciando diretamente o turno dos jogadores, principalmente na parte de alocação. As cartas de hits, como já mencionado acima, são cartas que permitem que os dados sejam alocados e liberam ações especiais. Já as cartas de distorção (meta da campanha de financiamento) são cartas mais focadas em recursos (dinheiro, fama, fãs e outros).

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Cartas de hits e distorção (embaixo) do protótipo

Os turnos se dão basicamente com a alocação de dados, criação de recursos, utilização das habilidades e ganho de pontos vitória. Em determinados momentos do jogo temos a batalha das bandas, onde os jogadores rolam seus dados para afetar diretamente o jogo do oponente através da comparação dos resultados, sempre começando com quem tem mais fama. Os dados que sobram são convertidos em recursos.

Após a última batalha das bandas existe a pontuação do jogo base nos símbolos que o jogador possui nas cartas, tabuleiro e dados, além dos pontos, habilidades e outros. O jogo ainda com conquistas durante a partida que exigem certos requisitos e dão mais pontos vitória.

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Bandas do protótipo

Considerações finais
Overdrive é a primeira criação a ser lançada no mercado nacional por parte do estúdio Moby, onde Moisés e Bianca estão sempre criando novos projetos muito bacanas. Alguns de vocês leitores do blog podem já ter ouvido falar de outro jogo do estúdio chamado Grasse, um jogo no estilo euro sobre perfumes.

À primeira vista Overdrive pode não dar grandes impressões, salvo pelas bandas. Porém suas cartas com diversas referências à músicas e arttistas, além do ótimo trabalho de ilustração e design trazem um belo show aos olhos quando o jogo é visto detalhadamente.

Mecanicamente este é um jogo de alocar dados como se fossem trabalhadores. Poucos jogos assim existem no catálogo brasileiro, bem como pouquíssimos autores brasileiros de aventuram nessa mecânica. Explorar novas mecânicas no nosso pequenino mercado é sempre algo que agrega qualidade.

O jogo serve para novatos e veteranos e não necessariamente exige que o jogador goste de rock, apesar de ajudar a mergulhar no tema. Jogadores que já tiverem oportunidade de jogar Age of War, por exemplo, vão se familiarizar facilmente com Overdrive.

Nas mesas de jogos que participei nem todas as cartas as áreas dos tabuleiros foram utilizadas e algumas ficam até bastante de lado durante a partida. Além disso, o jogo brilha muito mais em 3 ou 4 jogadores, pois a disputa pelos locais de alocação e as batalhas de bandas são mais acirradas, porém em duas pessoas ainda diverte. As batalhas de bandas dependem bastante da sorte, mas nada que atrapalhe a diversão ou as estratégias de vitórias.

Obviamente, tanto em mecânica quanto em componentes e estratégias, Overdrive se diferencia muito do título Rock’n’Roll Manager (Leandro Pires), lançado pela Conclave.

Pontos positivos
– Jogo com ótimo meta e mecânica
– Serve para novos jogadores e veteranos também
– Excelente trabalho quanto ao tema aplicado nos componentes
– Diversas bandas diferentes para se jogar

Pontos negativos
– Funciona melhor com 3 ou 4 jogadores, apesar de divertir com 2 apenas
– Depende bastante da sorte, o que pode não agradar alguns jogadores