Resenha – Jaipur

सौ सुनार की, एक लोहार की (Sau Sunaar ki, ek lohar ki)
“Uma simples pancada de um ferreiro é igual a centenas de um ourives”. – Provérbio indiano

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Jaipur é um jogo simples e fácil exclusivamente para 2 jogadores criado por Sebástien Pauchon (Corto, Jamaica e outros) com a arte do grande Alexandre Roche, artista famoso por jogos como Bruxelles 1893, Troyes, Carson City, Tournay e tantos outros. Jaipur é a capital do estado de Rastajão na Índia, local famoso mundialmente por seus palácios e templos religiosos.

Lançado em 2009, Jaipur é um jogo de cartas focado em negociação… com o jogo! Não existe negociação entre os jogadores e cada jogador representa um mercador local tentando superar o adversário. Através vendas, compras e trocas de produtos é que as rúpias vão se acumulando e a pontuação vai subindo!

Mecânicas
– Gerenciamento de mão
– Coleção de conjuntos
– Trocas

Em Jaipur os jogadores usam produtos e camelos a fim de realizar ações comerciais simples e obter mais dinheiro (rúpias). Para cada rodada que um jogador tiver mais rúpias e ganhar, ele obtém um Selo de excelência dado pelo marajá. Em uma melhor de três rodadas, ganha-se quem tiver mais selos.

Existem 6 itens diferentes no jogo para serem comercializados: couro, temperos, tecidos, prata, ouro e diamantes (vermelho… sim, parecem rubis). Cada jogador recebe 5 cartas e para começar o jogo são colocadas 3 cartas de camelos abertas na mesa e compradas duas cartas da pilha de compras – isso constitui o mercado. Ao lado esquerdo do mercado temos pilhas de fichas de bônus e rúpias para cada venda de cada tipo de produto do jogo. O limite da mão é de 7 cartas.

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Todos itens. Foto: BGG

Cada mercadoria tem seu valor e para cada venda que acontece o valor das mesmas vai diminuindo. Então existe uma certa “corrida” para vender primeiro que o adversário a fim de conseguir as fichas mais valiosas. Exemplificando, o valor do couro começa com 4 rúpias e termina com 1. Já o diamante, que é o mais valioso, começa com 7 e termina com 5.

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Camelos e fichas de rúpias. Foto: BGG

Se os jogadores receberem cartas de camelo, elas ficam na mesa. As cartas de camelo servem como moeda de troca no jogo, a fim de se conseguir itens para venda.

Em Jaipur cada jogador pode realizar uma dessas três ações em seu turno: vender, comprar ou trocar mercadorias.

  • Comprar: Quando alguém “compra” uma carta pode ou pegar uma única carta de mercadoria do mercado ou então pegar todos os camelos disponíveis.
  • Vender: Quando alguém “vende” um item pode vender qualquer quantidade mínima que tenha na mão com exceção da prata, ouro e diamantes – esses três precisam ser vendidos em quantidades mínimas de 2 cartas. Só se pode vender um único bem por vez.
  • Trocar: Por fim, para “trocar” o jogador dá dois camelos ou dois itens (iguais ou não) de sua mão e troca com 2 itens do mercado. A troca pode ser realizada  no mínimo de 2 por 2 ou no máximo de 5 por 5. Sempre respeitando o limite de cartas na mão.

Considerando que os camelos de cada jogador ficam na mesa, eles não contam para o limite da mão. Se o jogador já possui 7 cartas, não pode comprar nada no mercado, mas pode trocar.

Quando uma venda de 3, 4 ou 5 cartas é realizada o jogador pega uma ficha bônus de acordo com o número de cartas vendidas. Essas fichas dão pontos adicionais para ganhar a rodada que pode fazer toda a diferença.

Por fim, ao final de cada rodada quem tiver mais camelos em sua posse ganha uma ficha especial que vale 5 pontos. A rodada imediatamente acaba quando não existem mais cartas para repor as 5 do mercado ou quando 3 pilhas de fichas de vendas de produtos acabam. Nesse momento conta-se os pontos e outra rodada começa. Na terceira rodada declara-se o vencedor!

Considerações finais
Esse é um jogo de trocas para dois jogadores. Por existir competição a todo instante é muito comum de ser jogado por casais, pois além de um ótimo e rápido jogo, incentiva as brincadeiras em casal.

Um filler rápido e leve, porém com alto nível de estratégia quando se trata de camelos:  é possível “sujar” o mercado para o adversário ou até mesmo “travar” o mesmo quando se trata de trocar uma mão de 5 cartas de uma só vez. Ainda o contrário também é possível: um dos jogadores pode deixar o mercado “limpo”, dominando boa parte dos camelos e deixar o outro com trocas deficientes.

Apesar da sorte envolvida é possível contornar essa questão e trabalhar sabiamente com o que se tem na mão, a fim de forçar o adversário a tomar alguma determinada ação. Isso também ajuda a falta de interação entre os jogadores.

Pontos positivos
– Caixa pequena que cabe em qualquer lugar
– Jogo amigável com novatos ao ensinar e aprender a jogar
– Arte de Alexandre Roche é um grande atraente do jogo

Pontos negativos
– Não existe negociação ou troca entre os jogadores
– Jogo leve, o que pode não agradar os “heavy gamers”
– Pode ser frustrante perder um turno apenas comprando camelos