Resenha – Dead men tell no tales

Talvez seja com base na música do Motörhead, talvez não… Mas de qualquer forma, Dead men tell no tales é um jogão!

Um dos melhores lançamentos internacionais de 2015, o jogo foi criado por Kane Klenko (Fuse, Covert) e com arte de Jason Kingsley (Lanterns, Ars Victor) e Chris Ostrowski (Lotus, Tides of time) e que faz bastante sucesso lá fora, Dead Men Tell no Tales (ou em tradução livre “homens mortos não contam histórias”) foi lançado no Brasil pela editora Meeple BR. Uma excelente escolha da editora na minha opinião. Esta resenha é com base na versão brasileira!

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Caixa do jogo

Mecânicas
– Cooperativo
– Jogadores com diferentes habilidades
– Sistema de pontos de ação
– Tabuleiro modular
– Movimento em grades
– Pegar e entregar
– Rolagem de dados

No jogo todos os jogadores são piratas que querer saquear um famoso navio fantasma que agora está em chamas: o Skelit’s Revenge. Além do perigo do fogo, ainda existe uma horda de mortos-vivos para atrapalhar o objetivo dos jogadores que é conseguir retirar baús de tesouro antes o que navio exploda!

O turno do jogador começa com a compra de um tile (placa) de navio e nesses tiles podem vir marcadores diversos: desde itens até mesmo formas de surgirem mais problemas ainda. Os mortos-vivos (basicamente esqueletos) estão sempre ali para atrapalhar e proteger os tesouros, afinal de contas uma tripulação, ainda que “morta”, não abandona seu precioso navio e tesouros!

Depois da compra de placas de navio e marcadores da sacola, o jogador pode realizar até 5 ações como se mover, apagar fogo (Flash Point? Não!), descansar e outras. As ações geram fadiga para o pirata e a fadiga, conforme se acumula, atrasa a vida de cada personagem impedindo o mesmo de entrar em certas salas. Ainda é possível descansar para eliminar alguns pontos de fadiga.

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Carta de personagem e tabuleiro do jogador. A edição brasileira possui a mesma qualidade. Foto: BGG

Por fim, o jogador compra uma carta de evento que podem aumentar a intensidade dos incêndios, mover os esqueletos e outros efeitos que podem ser devastadores para os piratas. Se não usar todas as suas ações, um(a) jogador(a) pode passar seus pontos de ação para o próximo jogador: o que é um dos pontos altos do jogo!

O combate do jogo contra os esqueletos que guardam tesouros e outros itens se dá de maneira bem fácil e simples. Cada marcador de esqueleto vem com um número que representa a força daquele inimigo. Quando o pirata entrar em uma sala do barco com um esqueleto o combate se inicia, o pirata rola o dado preto e vê qual número saiu. Se em uma das ações anteriores o pirata acumulou força de batalha, ele pode gastar essa força e somar com o valor do dado para combater o esqueleto. Se o personagem não tem força suficiente para derrotar o esqueleto então toma uma certa quantidade de fadiga e olha no verso da carta de referência de cada jogador o que deve fazer.

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Partida em andamento. Foto: BGG

Para vencer o jogo, você precisa pegar tantos tesouros quanto a dificuldade do jogo ditar e sair do Skelit’s Revenge por uma das saídas iniciais ou ainda aquelas que são criadas durante a partida. Como em todo bom jogo de tabuleiro cooperativo, as condições de derrota dos jogadores é que constituem o desafio de se ganhar o jogo. E para (não) perder o jogo os jogadores não podem: deixar o navio explodir, não serem sobrepujados por marujos, não podem ficar sem saída, sem tesouros e sem equipe!

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Todos os componentes de alta qualidade da versão brasileira. Clique para ampliar

Considerações finais
Dead men tell no tales é um dos mais divertidos jogos cooperativos lançados em nossas terras. Um jogo que possui alta interação e um dos mais divertidos que tive oportunidade de jogar até a publicação desta resenha.

A edição brasileira não perde em nada em termos de qualidade, arte e afins. Um dos melhores títulos que a editora Meeple BR trouxe ao nosso país.

O jogo traz uma dinâmica muito simples e cheia de aleatoriedades e por se tratar de um jogo cooperativo este parece estar a todo momento tentando sabotar o planos dos jogadores, o que o torna ainda mais interessante.

Entretanto, como todo não é perfeito, e eu acredito que o número de jogadores e personagens poderia ser maior. Este título cria um clima tenso (e divertido!) durante a partida que merecia poder ser jogado em 6 jogadores, além de, pelo menos, ter mais personagens.

Pontos positivos
– Cooperativo divertido e muito interativo
– Componentes de alta qualidade e linda arte
– Mecânica de fácil aprendizado
– Jogo de boa duração
– Alta rejogabilidade pela variação de cartas e tiles de barco
– Dificuldade na medida certa

Pontos negativos
– Merecia ser estendido para 6 jogadores
– Falta um pouco mais de personagens, o que pode ser remediado com carta promocional