Resenha – Parade: O país das maravilhas em parada

“Alice: Chapeleiro, você me acha louca?
Chapeleiro: Louca, louquinha ! Mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são

Parade é um jogo de 2007 do designer japonês Naoki Homma. O jogo já teve pelo menos 3 edições antes de chegar a esse belo exemplar que foi trazido ao Brasil pela Fire on Board e que foi originalmente publicado da Z-Man. A arte lindíssima da versão atual é do artista Chris Quilliams. Mas nem sempre foi assim. Em edições anteriores o trabalho artístico era sofrível e em alguns casos nem se tinha a representação dos personagens mas apenas números.

A versão com personagens é muito mais bonita (fonte: BGG)

Em Parade os personagens do País das Maravilhas resolveram (porque sim) fazer uma parada desfilando suas fantasias. Porém, ninguém quer estar igual ao outro nesse desfile de malucos e é função do jogador gerenciar essa maluquice.

Mecânicas
– Gerenciamento de mão
– Colecionamento de componentes

Este é um jogo de cartas composto por 66 cartas de 6 diferentes cores (e personagens associados a cada cor) que vão de 0 a 10. Podem jogar de 2 a 6 pessoas e cada partida tem duração média de 30 minutos. Usa centralmente as mecânicas de gerenciamento de mão e colecionamento de componentes. A dinâmica é surpreendentemente simples e engenhosa.

Cada jogador recebe uma mão inicial de 5 cartas. o restante das cartas é embaralhado em um deck de compra e uma fileira inicial de 6 cartas é colocada após esse deck; essa é a parada. Em sua vez, cada jogador coloca uma carta no final da parada e compra uma carta do deck. O número impresso da carta colocada no fim da parada protege o número de cartas correspondente. Por exemplo se no início do jogo (quando a parada tem apenas 6 cartas) o jogador descer um carta com número 4, ele proteje as 4 cartas seguintes a esta que foi colocada. As duas últimas que não estão protegidas devem ser trazidas pra frente do jogador caso sejam de um número menor que 4 (dentro do exemplo com esta carta) ou de mesma cor que a carta jogada. As cartas que ficam na frente do jogador é sua pontuação sendo que nesse jogo ganha quem fizer MENOS pontos, o que é mais difícil do que parece.

Caixa e algumas cartas

O final da partida é disparado quando um dos jogadores tem todos os 6 naipes (cores) em sua área de pontuação ou quando ou quado o deck de compras for zerado. Quando acontecer há uma última rodada onde não se compra mais cartas e assim todos ficam com 4 cartas restantes na mão. Destas, 2 devem ser colocadas na área de pontuação e 2 descartadas. Recomenda-se que a colocação das cartas na área de pontuação seja feita simultaneamente por todos os jogadores. A soma de pontos é feita contando pelo número impresso nas cartas a não ser que o jogador tenha o maior número de cartas de um naipe. Se isso acontecer o jogador deve virar as cartas da(s) cor(es) que ele tem maioria e assim cada carta contará por um ponto ao invés do valor impresso nelas. Aquele com menos ponto é o vencedor.

A caixa ficou muito bonita, mas não vale o preço

Considerações Finais
Parade é um filler simples e genial. A proposta de quebrar a cabeça pra fazer menos pontos é no mínimo diferente. A coisa de precisar pensar em que carta jogar em que momento da parada, é paradoxal por ser complexo e simples ao mesmo tempo. Nem sempre jogar cartas altas pra proteger um número grande de cartas vai ser boa opção. Pode ser que em algumas situações seja melhor jogar um “0” por exemplo. Se não tiver nenhuma outra carta daquela cor na parada você também não leva nada.

O jogo é rápido, competitivo e bem gostoso de jogar em apenas 2 pessoas ou com mesa cheia. Com dois jogadores ele fica ainda mais competitivo e difícil de prever, sendo uma boa opção pra casais que gostam de jogar juntos. Vem numa caixa pequena e resistente o que permite levar o jogo pra qualquer lugar e jogar em praticamente qualquer situação.

O tema é meramente ilustrativo. Não faz a menor diferença no jogo e você pode ignorar completamente os personagens se quiser ou se não os conhecer. Prova disso são as edições onde só há números nas cartas. Na verdade é um jogo que dá pra ser jogado até com outros baralhos, se quiser se aventurar.

O grande problema do Parade aqui no Brasil ficou mesmo por conta do preço. Na loja da editora que o publica por aqui ele é vendido a, pasmem, R$ 99,90 o que é muito proibitivo em se tratando de um simples jogo de cartas. Talvez esse valor se deva ao exagero no material da caixa, insert e manual. A caixa é quase a prova de balas, o que não é ruim, e de todos os exageros é o menor. Porém, dentro da caixa nós encontramos um insert de plástico e um manual impresso num papel tão grosso que mais parecia um convite de casamento! Não sei se por exigência da Z-Man o jogo teve que vir nesse padrão, mas se esses componentes fossem mais simples o preço do jogo provavelmente seria consideravelmente menor e bolso do jogador agradeceria.

Pontos positivos
– Filler rápido e gostoso de jogar
– Joga bem com poucos ou muitos jogadores
– Mecânica simples, fácil de explicar e engenhosa ao mesmo tempo

Pontos Negativos
– Preço muito acima do esperado
– Tema completamente dispensável